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domingo, 2 de março de 2014

Origens do Carnaval


Durante três dias ininterruptos, pessoas do mundo inteiro participam da festa mais popular dos últimos séculos. É uma ocasião especial em que pessoas de todas as classes sociais, níveis culturais e situações econômicas “transformam-se” magicamente por três dias naquilo  que gostariam realmente de ser. Os desejos, as fantasias, os ideais tem espaço para manifestarem-se por esse curto período de tempo pelo qual muitos esperam o ano todo.
O Carnaval é definido como o período anual de festas profanas que tem início no Dia de Reis (Epifania) e se estende até a Quarta-feira de Cinzas, véspera da Quaresma. Alguns países tratam o Carnaval de maneira curiosa. Em Portugal, o Carnaval corresponden ao Entrudo, época de se comer carne, em oposição à Quaresma, época de jejuar.  Em alguns países chamam de Carnaval a um boneco grotesco que é queimado e enterrado na Quarta-feira de cinzas. No Brasil, este boneco é Judas, o discípulo traidor.
As origens do Carnaval tem sido buscadas na antiguidade, entre as mais antigas celebrações orgíacas de caráter religioso.
Dentre as possíveis origens atribuídas ao Carnaval estão as Saturninas Romanas, festival religioso que celebrava a entrada da primavera e consequentemente o renovar da natureza, trazendo de volta a vida que foi-se no inverno.
Dois Carnavais foram instituídos com o passar do tempo: o de primavera e o de inverno. Provavelmente a origem do Carnaval de inverno remonta-se aos dois Festivais Celtas, Beltane - o Festival da Primavera -,  e Samhain, o Festival de inverno. São dois momentos considerados sagradas pelas antigas culturas.
Outra possível origem do Carnaval vem dos Mistérios de Elêusis, as festas da Deusa Deméter. Conta a lenda que Deméter era uma das filhas de Gaia, a Grande Deusa que dançando criou o mundo. Junto com seus irmãos, os Titãs, foi condenada a viver nas profundezas da terra. Deméter aprendeu a amar seu lugar de exílio e, quando recebeu a liberdade, tornou-se a Deusa da Natureza. Certo dia sua filha Kore, enquanto apreciava flores, foi sequestrada por Hades, o Senhor do Submundo. Desesperada Deméter procurou por todos os cantos da terra sua filha mas não encontrou. Cansada da busca e travestida de uma velha senhora, estava sentada em uma pedra quando foi vista pelas filhas do Rei de Elêusis, que levaram-na ao palácio de Celeu e Metanira. Lá, Deméter foi encarregada de amamentar Demófon. Para retribuir a hospitalidade do Rei, Deméter resolver tornar Demófon um imortal: todas as noites untava o príncipe com ambrosia e colocava-o para dormir dentro da lareira. Uma noite, não resistindo a curiosidade, a mãe do príncipe escondeu-se para observar a ama e gritou  ao ver seu filho na lareira. Desfez-se o encantamento e Deméter então monstrou-se a Metanira em toda sua glória. Deixou o palácio e procurou Hécate, a feiticeira, para juntas implorarem a Hélios, o Sol, que lhes dissesse o paradeiro de Kore. Hélios disse-lhes que Hades havia raptado Kore, que agora chama-se Perséfone, a Senhora do Submundo. Deméter dirigiu-se então a Zeus, irmãos de Hades, mas Zeus não quiz interferir na atitude do irmão. Deméter, furiosa, fez secar toda a terra, murchar todas as plantas e árvores e proibiu qualquer planta de florescer. Assustado, Zeus pediu a Hades que devolvesse Perséfone à mãe. Hades não pode discordar, mas antes de devolvê-la fez com que a Deusa ingerisse sete sementes de romã. A Lei dizia que aquele que comesse no submundo jamais poderia voltar dele. Assim, ficou decidido que Perséfone passaria nove meses do ano com Deméter e três meses com Hades no submundo.

O mundo voltou a ser verdejante, e para recompensar seus anfitriões de Elêusis Deméter iniciou nos mistérios agrários Demòfon e ensinou-lhe a plantar o trigo que não existia na terra antes disso. Dai nasceram os Ritos ou Mistérios de Elêusis.

Mara Barrionuevo para jornal O Exotérico