No Jardim das
Feiticeiras
As ervas foram associadas, ao longo dos séculos, a
pratica da bruxaria. Muitas feiticeiras - boa parte delas simples camponesas,
mas talentosas herbanárias foram
queimadas por receitar ervas de vida ou de morte, usar ungüentos de vôo ou
invocar tempestades no vapor de certas ervas nocivas fervidas com cobras
venenosas e galos pretos.
Ingredientes da botânica foram usados por tais
mulheres na confecção de talismãs e filtros do amor, na cura de doenças e nos
antídotos contra feitiços. Seu herbanário mágico incluía também ervas e plantas
comestíveis, usadas em poções que eram bebidas e receitas mágicas, a serem dividas
com os deuses em busca de poder ou com os homens em busca do amor.
Ervas de vôo
A antropóloga Margaret Murray pesquisou ativamente
as atividades das feiticeiras até a sua morte aos 100 anos, em 1963. Em uma de
suas obras, The Witch-Cult in Western Europe, a Dra. Murray transcreve
três receitas de ungüentos de vôo, contendo elementos como azeite, fuligem e
uma mistura de ervas que varia a cada receita, como cinco folhas e acônito.
Em outras receitas antigas os ingredientes, sempre acrescidos de ervas e
plantas, incluem veneno de sapo, pó de sepultura e gordura de crianças não
batizadas, entre outros. Tradicionalmente, são seis as ervas associadas aos
vôo:
Acônito - é uma planta de lindas
flores roxas em forma de capuz, dedicada à deusa Hécate. Produz alteração dos
batimentos cardíacos e sensação de vôo ou queda.
Cicuta - aparentemente inofensiva,
a cicuta possui pequenas flores brancas rendadas, depositárias de um néctar
venenoso que intensifica a sensação de vôo pelos ares.
Cinco-folhas - é uma planta de pequenas
e delicadas flores brancas, cuja farmacologia não apresenta nenhum efeito
comprovado que contribua para a sensação de vôo.
Nenúfar branco - flor aquática semelhante
ao lótus e de imensas folhas, suas propriedades associadas a sensação de vôo
também não foram comprovadas.
Maria Preta - planta com pequena flor
vermelha e frutinhas venenosas de seiva negra, produz, aplicada à pele,
tremores e distorção da visão.
Estramônio - lindas flores brancas
acompanhadas por estranhos bagos espinhentos e venenosos. Algumas gotas da
toxina produzem horas de alucinações.
Plantas que
encantam
Além dos ungüentos de vôo, uma infinidade de plantas
foi usada em encantamentos, poções e magia de cura.
Para despertar o amor, feiticeiras pulverizavam a pervinca misturada a minhocas sobre a
carne que o objeto da paixão deveria ingerir. A mandrágora, com seus bagos verdes chamados por muitos de maças do amor, era utilizada para
despertar a paixão, provocar a gravidez e restaurar a virilidade. Elixires
utilizados para seduzir incautos jamais dispensavam ingredientes como a rosa e a escarola. A invisibilidade era produzida pelo heléboro negro e a clarividência pelo meimendro. Para aumentar a resistência do corpo às torturas e a
agonia da fogueira, muitas feiticeiras se serviram do poder analgésico da verbena, uma planta que tem também a
característica de afastar o mal se usada num pequeno sache junto ao corpo. As
dores do parto eram suportadas através do uso da beladona, usada até hoje para combater dores de cabeça, e da ergotina, uma droga preparada a partir
do esporão, um fungo que cresce no centeio. A digitalina, uma droga usada hoje pela medicina para combater problemas
cardíacos, tem suas origens no uso que as feiticeiras fizeram das campainhas
roxas da dedaleira, que em grandes
doses possuí a mesma propriedade. Para evitar câimbras musculares durante os
vôos noturnos (provavelmente provocadas por vassouras não ergométricas), muitas
bruxas se serviam do aipo-silvestre e
da hera silvestre da terra. A hera da terra também era usada na cura
das asmas.
Ervas para
espantar bruxas
Para se protegerem dos males que as feiticeiras
provocavam (afinal, tudo era culpa delas, desde tempestades de granizo até dor
de dente), aldeões e beatas solteironas pesquisaram suas próprias ervas
mágicas. Algumas eram usadas para afastar as narigudas, enquanto que outras
funcionavam como antídoto contra os feitiços.
Cachos amarelos de flores de endro, betônica
e angélica, tão singelas quanto a
temível cicuta, provocavam repulsa e detinham bruxas e feiosas em geral. O verbasco ou luz do Senhor era mergulhado em sebo e produzia um círio com os
mesmos fins. Para proteger os bebes da busca pela sua gordurinha não batizada
ou o gado contra feitiço, eram usados ramos de sorva vermelha. Contra o mau-olhado, a arma era a artemísia (que deve seu nome à deusa
Ártemis). Para os males provocados pela bruxaria, chá de flor de hibisco.
Grimórios
Os antigos Grimórios, verdadeiras enciclopédias de
feitiços, trazem o que os magos cerimonias classificavam como Magia dos Campos.
Eis algumas preciosidades:
Meimendro - contribui para o
desenvolvimento do amor e do ato sexual. Trazer consigo faz com que o homem se
torne, aos olhos da mulher, agradável e jovial.
Verbena - cura úlceras, incontinência
urinária, contusões e hemorróidas. Favorece o amor e a riqueza. Crianças que a
trazem consigo são educadas e tem bom humor. Afungenta os espíritos malignos e
os demônios. É um excelente talismã.
Oliveira - contra dor cabeça,
escrever Athena sobre a folha e
aplicá-la sobre a cabeça.
Artemísia - usada para proteção e
contar fadiga em viagens.
Incensos
Produz-se um incenso natural, jogando algumas ervas
trituradas, sozinhas ou combinadas, sobre pedras de carvão incandescentes:
Limpar ambientes carregados - alecrim, sálvia, alfavaca e casca de alho.
Alegrar ambientes tristes - noz-moscada, lavanda, hortelã e alecrim.
Atrair prosperidade - canela,
girassol, noz-moscada, bálsamo e hortelã.
Acalmar ambientes agitados - canela,
cardamomo, anis, camomila e macela.
Atrair o amor -
cravo, jasmim, mirra, alfazema, verbena, melissa, canela.
Ervas, plantas e planetas
O conhecimento da regência astrológica de ervas e
plantas desempenha um papel fundamental nos trabalhos de magia prática e
medicina natural, onde o reino vegetal é utilizado tanto para a cura como para
compor encantamentos, filtros e poções.
Cada um dos sete planetas
ocultos rege um ser do mundo vegetal, seja árvore, erva, flor, fruta ou
legume. Cada planeta rege ainda, em geral, as diferentes partes de uma planta:
Júpiter rege os frutos, Vênus as flores, Mercúrio as sementes e cascas, Saturno
as raízes, Marte o tronco e a Lua as folhas.
A identificação das plantas regidas por cada um dos
sete planetas é possível a partir da observação de algumas características que
o planeta imprime na planta. Nem todas as plantas regidas pelo planeta
possuirão tais características por serem elas, muitas vezes, regidas por mais
de um planeta.
Em alguns casos, mesmo sem o conhecimento
astrológico, algumas plantas se fazem fáceis de identificar, por serem “a cara
do planeta”. É fácil associar a rosa perfumada a vaidosa Vênus, a urtiga ao
guerreiro Marte, o cânhamo ao sisudo Saturno, o girassol ao astro dourado ou os
misteriosos cogumelos à rainha da noite.
Planetas e
Plantas
Sol - as ervas regidas pelo astro-rei são geralmente
aromáticas e de sabor acidulado. Algumas trazem o sol estampado em suas flores
ou folhas e seguem os movimentos do sol, como o girassol; outras se abrem pouco
a pouco, quando o sol se levanta, como a peônia; outras ainda fecham suas
folhas quando o sol se afasta. Algumas permanecem sempre verdes, como o
loureiro.
Plantas do Sol: Loureiro, palmeira, cafeeiro, nogueira,
freixo, vidoeiro, giesta, girassol, heliotrópio, trigo, louro, açafrão,
alecrim, alcachofra, palmito, angélica,
camomila, visco, arruda, dália, verbena, canela, cardamomo, cevada,
cravo-da-índia, manjerona, tomilho, cítricos, ligústica, junípero, vinha,
rosmarinho, erva-de-são-joão.
Lua - à deusa da noite são consagradas as plantas da água, como o lótus e
as que sofrem a influência das fases
lunares, como o lírio branco. A regência da lua também aparece em plantas com
folhas grandes como a bardana e nas esponjosas ou leitosas com sabor insípido,
como o repolho. Muitas vezes são narcóticas, como o tabaco.
Plantas da Lua: Palmeira, salgueiro, murta, bardana,
nenufar, lírio, lótus, copo-de-leite, agrião, alface, couve, artemísia, junco,
pepino, melão, narciso, rosa branca, rosa silvestre, abóbora, aveia, beldroega,
beringela, melancia, semente de papoula, repolho, camomila, cogumelos, alga marinha, verduras folhosas,
tabaco, chá-da-índia.
Marte - o planeta guerreiro rege
plantas com grande abundância de calor, como o alho; as que fazem chorar, como
a cebola; as que tem espinhos, picam, provocam coceiras ou inflamação na pele,
como a urtiga e o cacto. Seu sabor é ácido e picante.
Plantas de Marte: Espinheiro, acácia, araucária, mostardeira,
pau-brasil, gengibre, coentro, alcaparra, salsa, urtiga, aloé, manjericão,
cominho, orégano, cebola, alho, mostarda, tansagem, pimenta, cacto, estragão,
absinto, aipo, alcachofra, favas, hortelã, noz-moscada, rábano, taioba,
ruibarbo, erva-férrea, assa-fétida, betônica, genciana, sangue-de-dragão,
gengibre, salsaparrilha, basílico, lúpulo, escamônia, colocíndita.
Mercúrio - as plantas regidas pelo
polivalente Mercúrio são um pouco mais difíceis de classificar, pois são de
composição variada e diferentes cores. Em geral, as flores são abundantes e
pequenas, como a camomila e a hortênsia.
Plantas de Mercúrio: Pessegueiro, aveleira, amoreira,
endro, madressilva, alcaçuz, anis, camomila, agárico, azaléia, hortênsia,
sempre-viva, avenca, manjerona, acelga, serralha, chicória, lingústica,
endívia, alcaravia, cáscara sagrada, ênula, feno-grego, lavanda, mandrágora,
salsa, valeriana, funcho, flores do campo, mil-folhas, mercurial.
Júpiter - o rei dos deuses rege árvores majestosas e portadoras
de felicidade, como o carvalho e ervas
aromáticas e de olfato agradável, como a hortelã; rege também os frutos
oleaginosos e de grandes sementes, como o abacate e as nozes.
Plantas de Júpiter: Carvalho, oliveira, álamo, figueira,
plátano, videira, caneleira, castanheiro, hortelã, meimendro, agrimônia,
bálsamo, cardamomo, cravo, noz-moscada, sálvia, nozes, amêndoas, abacate,
avelãs, castanha, gergelim, marmelo, rabanete, trigo sarraceno, ameixa, amora,
cereja, anis, borragem, betônica, sangüinária, trevo, dente-de-leão, hissopo,
junípero, erva-cidreira, cinco-follhas, cana-de-açúcar.
Vênus - o planeta do amor caracteriza suas plantas pelo perfume, como a rosa
e a valeriana e pela doçura dos frutos e abundância de sementes, como os figos.
Suas flores são belas e muitas plantas são afrodisíacas, como a romã.
Plantas de Vênus: Macieira, tamareira, oliveira,
bergamoteira, laranjeira, vidoeiro, romazeira, verbena, valeriana, melissa,
hortelã, cravo-da-índia, bétula, matricária, poejo, alfazema, beladona,
bardana, figos, pêras, romãs, morangos, groselha, maça, rosa, jasmim, milho,
framboesa, couve-flor, flores de acácia, narciso, sabugueiro, rosa de damasco, tanaceto,
tomilho, violeta, banana-da-terra, gerânio, pinho, baunilha.
Saturno - o poderoso e mau humorado
Saturno rege as plantas venenosas e que entorpecem, como a maconha, as que não
produzem frutos ou produzem frutos, raízes, folhas ou galhos negros, como a
figueira negra e o pinheiro. Seu odor é forte ou ácido, o sabor é amargo e o
crescimento lento.
Plantas de Saturno: Figueira negra, freixo, nespeira, pinheiro, cipreste, azevinho, sorveira,
choupo, arnica, beladona, confrey, cânhamo, arruda, maconha, tabaco, acônito,
cicuta, meimendro negro, mandrágora, papoula, vetiver, tomilho, teixo, cevada,
cominho, salsa, heléboro, caraxixu (erva-moura), selo-de-salomão, cavalinha.
Talismãs
Astrológicos
Um talismã simples, feito de ervas, pode ser
executado mediante a mistura de 9 ervas numa pequena sacola de tecido. Para o
amor, ervas de Vênus; para a prosperidade, Júpiter e o Sol; para proteção,
Júpiter, Sol e Lua; para afastar energias indesejáveis, ervas de Saturno; para
disputas, Marte; para o comércio, ervas de Mercúrio.
Plantas medicinais e seu preparo
A utilização de plantas medicinais, chamada hoje fitoterapia, é sem dúvida o método de medicação mais
antigo da história da humanidade e seu estudo sistemático data de 5 mil anos,
época dos sumérios. Tal conhecimento surgiu da necessidade do homem de melhorar
sua saúde, aumentar sua força e curar suas feridas. Homens primitivos,
camponeses, nobres medievais e tribos indígenas de todos os continentes
utilizaram-se da dádiva sagrada e curadora da Mãe Terra. O imperador chinês Shen-nung
(3737-2697 ªC.) escreveu um livro chamado
Pen-ts’ao, com mais de 300 preparados medicinais com ervas. No Egito, por volta de 2.000 ªC., dois mil
doutores praticavam a medicina das ervas, de acordo com um registro chamado
Papiro Ebers. Entre os gregos, o uso de ervas foi tão difundido que o próprio
Aristóteles contava com mais de 300 espécies plantadas em seu jardim, de acordo
com o filósofo grego Teofrasto. O primeiro tratado europeu sobre ervas
medicinais foi compilado por Dioscórides, médico grego, e o primeiro livro
publicado em inglês, o Grete Herball,
data do ano de 1526. No ano de 1597 o cirurgião inglês John Gerard, médico do
rei James I, publicou uma das mais importantes obras desse sobre o tema, o Gerard’s Herball, seguido da publicação
de John Parkinson, o Theatrum Botanicum.
A medicina moderna tem, entre seus especialistas,
aqueles que utilizam a fitoterapia e a homeopatia com método de tratamento.
Mesmo dentre a medicação produzida em laboratório, muitas das drogas derivam de
recompilações botânicas, como é o caso da digitalina,
usada durante séculos para combater males do coração e reconhecida
cientificamente pelo médico inglês William Withering como droga eficiente no
tratamento das enfermidades coronárias.
O primeiro passo para a utilização das ervas e
plantas é sua correta preparação, que deve ser feita em recipientes de vidro,
esmalte ou inox, sendo desaconselháveis o uso de alumínio, ferro e estanho. A
seguir, os métodos mais utilizados e seu preparo:
Infusão - ferver água e despejar
sobre a erva, tampando em seguida a mistura, que deve descansar assim por 10
minutos. Na infusão usam-se folhas e flores. O chá medicinal deve ser filtrado
em pano de algodão ou linho e consumido em horários sistemáticos. Após a
preparação, dura aproximadamente 8 horas.
Decoção - é a ação de cozinhar a
parte desejada - normalmente raízes, sementes, cascas ou caules - durante o
período de 15 a 30 minutos.
Maceração - colocar de molho a erva –
no caso, folhas e flores em água fria,
vinho, álcool, conhaque, leite, óleo ou
cachaça pelo período de 1 a 24 horas. Esse método mantém vitaminas e sais
minerais.
Banho - cozinhar por 20 minutos
entre 100 e 500 gr da erva em 10 litros de água.
Compressas - acrescentar a erva à água
a ponto de entrar processo de fervura. Deixar ferver por alguns minutos e
aplicá-la, quente e com parte de um tecido atoalhado. Para hemorragias, edemas,
hematomas e ferimentos em geral, a compressa é aplicada fria.
Tintura - preparada com quaisquer
partes da planta, com 30% de erva, 60% de álcool de cereais e 10% de água da
chuva ou destilada. Misturar os ingredientes num vidro escuro e guardá-lo num
local escuro por 20/30 dias (com folhas tenras pode ser usado após 8 dias).
Filtrar antes do uso.
Ungüento - cozinhar em banho-maria
por 1 hora ou deixar sob o sol forte durante 4 horas a mistura de 10 partes de
gordura vegetal (vaselina, manteiga de cacau, etc.) e 3 parte de sumo fresco da
planta (basta triturá-la). Pode-se acrescentar cera de abelha.
Pomada - misturar e guardar em
lugar fresco partes iguais de lanolina anidra, tintura de erva e vaselina.
Alguns exemplos de uso das ervas com fins estéticos
e no combate de males simples, preparadas de acordo com os variados métodos
existentes em herbolários:
Anti-rugas - creme feito com 20gr de
flor de calêndula macerada em 250g de azeite de oliva e conservada por 10 dias
em vidro escuro. Filtrar num pano e espremer bem.
Bolsas nas
pálpebras -
cavalinha ou camomila em compressas da
erva em infusão. Folhas frescas e bem lavadas de erva cidreira, diretamente no
local. Rodelas de pepino descascado e envoltos em gaze, aplicados sobre os
olhos por 20 minutos.
Cabelos
Oleosos : alfazema em tintura: 20 gr folhas para 100 ml de álcool de cereais. Queda: gervão em chá; babosa como revitalizante em creme condicionador: bater no liqüidificador 1 folha de babosa, 1 colher de óleo de amêndoas e 1 colher de maizena. Caspa: bardana, usada como chá após a lavagem. Clarear: chá de camomila. Escurecer: enxaguar os cabelos com 50 gr de folha de nogueira em 1lt de água em infusão por 10 minutos, acrescida de ½ copo de vinagre de vinho.
Oleosos : alfazema em tintura: 20 gr folhas para 100 ml de álcool de cereais. Queda: gervão em chá; babosa como revitalizante em creme condicionador: bater no liqüidificador 1 folha de babosa, 1 colher de óleo de amêndoas e 1 colher de maizena. Caspa: bardana, usada como chá após a lavagem. Clarear: chá de camomila. Escurecer: enxaguar os cabelos com 50 gr de folha de nogueira em 1lt de água em infusão por 10 minutos, acrescida de ½ copo de vinagre de vinho.
Crescimento: 100gr de folhas frescas de agrião espremido.
Celulite - hera terrestre e sálvia
em banhos e cremes. Chá de verbena: 50gr em 1 lt de água fervidos por 10 min.
Indispensável associar a um tratamento local.
Cólica
menstrual -
catinga de mulata, malva e artemísia em chás. Manjerona como ungüento aplicado
sobre o ventre.
Contusões - alecrim em tintura,
confrei em ungüento: 5 partes de cada ingrediente: suco fresco de confrei,
vaselina e lanolina cozidos em
banho-maria por meia hora.
Obesidade - malva, sabugeiro,
carqueja, losna, salsa em chá por 40 dias.
Pele
Manchas e espinhas: confrei em forma de creme ou pomada.
Oleosa: pepino, tomate, levedo e limão (ao sol, provoca
manchas).
Seca: abacate e pêssego.
Pés
Suor : banho de imersão de 15 minutos: 100gr de sálvia
cozida em fogo brando por 10 min em 3 litros de água.
Cansaço: banho de imersão de 15 minutos: 40gr de folha de
nogueira cozida em 1 lt de água.
Prisão de
Ventre - 3
ameixas, 1 cravo-da-índia e ¼ lt de água quente macerados durante a noite.
Ferver pela manhã por 3 minutos e beber antes do almoço acrescentando 1 colher
de chá de mel. A polpa de uma maça fervida por 10 minutos em ¼ de lt de água
com a casca de 1 limão. Tomar pela manhã.
A Farmácia da
Natureza
Bebê com cólica? Chazinho de erva-doce. Você tá
nervoso? Chá de camomila! Receitas que a tataravó passou para a biza, que
passou para avó e assim sucessivamente. A verdade é que, 3º milênio, e o bebê
continua tomando chá de erva doce e nós continuamos adeptos da camomila. E
continua funcionando perfeitamente. Mesmo vindas da natureza, algumas ervas
possuem contra-indicações e efeitos colaterais, o que torna desaconselhável seu
uso indiscriminado. Algumas são venenosas e podem provocar doenças graves. Nada
de mascar cicuta, dentro do espírito ou
mata ou cura, pois pode apostar que mata! E nada de excluir a consulta médica ou os medicamentos; um autodiagnostico
errado pode provocar sérios problemas de saúde. Outra experiência perigosa é
tentar colher ervas selvagens para uso medicinal; se você não for um
especialista, desista!
Mas algumas ervas medicinais e populares, plantadas
num jardim ou em vasos, bem ao estilo da nossa avó, podem se transformar numa
pequena farmácia caseira e natural, desde que respeitadas algumas condições de
plantio e manutenção:
1. Plantar as mudas na terra e transplantá-las, se
for o caso, apenas na lua nova, usando hormônios vegetais para que as mudas
peguem mais rápido.
2. Manter as ervas e plantas sempre em contato com a
luz solar, atentando para o equilíbrio da água - sempre pura - e as correntes
de vento.
3. Não usar adubos ou defensivos químicos; podar
sempre partes secas ou amareladas.
De posse da “sofisticada tecnologia” de plantio,
basta escolher algumas dentre as inúmeras plantas que farão parte da horta
caseira. Alguns exemplos e usos, de acordo com as obras Erva-Viva, de Mary Caran e Natureza
Amiga:
Alecrim - calmante, bom para
memória, coração, cansaço e stress, regula a pressão e estimula a circulação, é
desinfetante, cicatrizante, expectorante e antidepressivo (pela ação da colina
que se contrapõe a adrenalina). Possui vitamina C e B12, que atua em dermatites
e feridas. Colocado sobre brasas, desinfeta o ambiente. O banho é melhor que o
chá. Na infusão, usar somente folhas e flores. Para adubá-lo, usar casca de
ovo.
Alfazema - atua na dor de cabeça,
gota, retenção urinária, tontura, enxaqueca, dor de garganta e gases de bebes
recém nascidos. Crianças fracas devem banhar-se com alfazema. Propaga-se por
mudas e sementes na primavera. Não gosta de chuva.
Artemísia - indicada para cólicas
menstruais, sob a forma de chá e como condimento no preparo de comidas
gordurosas para evitar indigestão. Para pés cansados e doloridos, usar como
banho. Gosta de lugares arejados e ensolarados.
Arruda - indicada para lavagem de
feridas e sarnas, para irritação nos olhos e cansaço (em compressas). Não deve
ser usada em doses muito fortes. É proibida
na gravidez.
Babosa - emoliente nos casos de
tumores, inflamações, queimaduras e urticárias. O uso interno é limitado.
Proibido para gestantes e portadores de hemorróidas. Suas mudas são feitas à
partir de “filhotes” soltos de sua base.
Bardana - diurética, atua na
bronquite, cálculos renais, biliares e da bexiga, gastrites, gota, enfermidades
cardíacas, prisão de ventre, reumatismo, herpes e envenenamento por mercúrio.
Cresce com facilidade e sem grandes cuidados.
Boldo - indicado contra insônia e
como digestivo. Atua contra fraqueza, gases, reumatismo, dor de estômago e de
cabeça. Sua muda se faz por galhos.
Camomila - estômago fraco, dor de
cabeça, resfriado, calmante, digestivo. Seu uso exagerado pode enfraquecer os
nervos e provocar icterícia. Cultivada através de sementes, a planta morre após
a colheita das flores.
Confrei - poderoso cicatrizante
(possui alantoina), auxilia no desenvolvimento de novas células. Atua na
leucemia, diabetes, hepatites, úlceras e gastrites. Para eliminar infecção de
cortes, usar com própolis. Usar com cuidado:
possui alcalóides perigosos.
Cavalinha - mineralizante, combate
problemas renais (possui sílica). Atua na bexiga, nas bronquites, tuberculoses
e inflamações da garganta. Como compressa, pode ser usada em úlceras, edemas e
olhos inflamados.
Erva Cidreira - dores de cabeças, de
dentes (em bochechos), desmaios, afecções gástricas e intestinais, dores
reumáticas, tosse, enxaqueca e icterícia. Gosta de sol e suas mudas dividem-se
por touceiras. Renová-la 2 vezes por ano.
Erva Doce - acalma dores de dente e
ouvido, atua na tosse, náusea, diarréia e gases. A raiz é diurética e não deve
ser tomada por mais de 3 dias seguidos. Propaga-se por sementes, gosta de solos
argilosos e bem drenados.
Gervão - indicado para queda de
cabelo, problemas de fígado, anemia e icterícia.
Hortelã - purificador e
fortificante, usa-se para asma, cólicas intestinais, vermes, insônia (com mel),
calmante para dores no corpo, dores de dente e cansaço. Existem 25 variedades
diferentes.
Losna - empregada nos catarros,
cólicas, náuseas, menstruação dolorosa, limpa os órgãos e reforça o organismo
debilitado, combate obesidade e diabetes.
Manjericão - além do uso culinário,
atua nas fraquezas, anemias, tosse, febre, cansaço, é diurético e calmante. Nas
afecções da garganta é usado com gargarejos e em compressa sobre mamilos
doloridos. Propaga-se por galhos em
solos soltos e na sombra. Não é simpáticos a clima muito frios.
Majerona - além do uso na culinária,
atua na debilidade muscular e dos nervos, nos reumatismos e resfriados.
Malva - usada antigamente em
saladas, atua na tosse, rouquidão, prisão de ventre, inflamações da pele, da
bexiga e dos rins, nas dores de dente e de garganta. Gosta de terra boa e pouca
água.
Melissa - indicada para dor de
cabeça, insônia e cansaço.
Tansagem - atua contra problemas da
boca e garganta, picada de insetos, doenças venéreas e problemas de ordem
sexual. Puxa espinhas da pele.
Texto: Mara Barrionuevo para o jornal O Exotérico, 2003
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Mas para encerrar 2015 um segredo ainda vou contar
Humm .. e se ela fervia na macabra receita um pequeno dragão com olho de gato, o pé de um corvo e um sapo?
Não fuja, não. A mistura que acabei de inventar pra você serve só pra lhe contar que isso ai nada mais é do que estragão, escabiosa, gerânio branco e linho.
Mas não ferve isso porque minha mistura não serve para nada.
Só estou te dando um exemplo de como, pelas velhas e espertas Bruxas, dando nome de bicho pra erva em Grimório, você ficou assustado por nada.