http://www.mysticfair.com.br/bannermystic2011.gif

domingo, 6 de dezembro de 2015

A MAGIA DAS ERVAS


No Jardim das Feiticeiras

As ervas foram associadas, ao longo dos séculos, a pratica da bruxaria. Muitas feiticeiras - boa parte delas simples camponesas, mas talentosas herbanárias  foram queimadas por receitar ervas de vida ou de morte, usar ungüentos de vôo ou invocar tempestades no vapor de certas ervas nocivas fervidas com cobras venenosas e galos pretos.
Ingredientes da botânica foram usados por tais mulheres na confecção de talismãs e filtros do amor, na cura de doenças e nos antídotos contra feitiços. Seu herbanário mágico incluía também ervas e plantas comestíveis, usadas em poções que eram bebidas e receitas mágicas, a serem dividas com os deuses em busca de poder ou com os homens em busca do amor.

Ervas de vôo

A antropóloga Margaret Murray pesquisou ativamente as atividades das feiticeiras até a sua morte aos 100 anos, em 1963. Em uma de suas obras, The Witch-Cult in Western Europe, a Dra. Murray transcreve três receitas de ungüentos de vôo, contendo elementos como azeite, fuligem e uma mistura de ervas que varia a cada receita, como cinco folhas e acônito. Em outras receitas antigas os ingredientes, sempre acrescidos de ervas e plantas, incluem veneno de sapo, pó de sepultura e gordura de crianças não batizadas, entre outros. Tradicionalmente, são seis as ervas associadas aos vôo:

Acônito - é uma planta de lindas flores roxas em forma de capuz, dedicada à deusa Hécate. Produz alteração dos batimentos cardíacos e sensação de vôo ou queda.
Cicuta - aparentemente inofensiva, a cicuta possui pequenas flores brancas rendadas, depositárias de um néctar venenoso que intensifica a sensação de vôo pelos ares.
Cinco-folhas - é uma planta de pequenas e delicadas flores brancas, cuja farmacologia não apresenta nenhum efeito comprovado que contribua para a sensação de vôo.
Nenúfar branco - flor aquática semelhante ao lótus e de imensas folhas, suas propriedades associadas a sensação de vôo também não foram comprovadas.
Maria Preta - planta com pequena flor vermelha e frutinhas venenosas de seiva negra, produz, aplicada à pele, tremores e distorção da visão.
Estramônio - lindas flores brancas acompanhadas por estranhos bagos espinhentos e venenosos. Algumas gotas da toxina produzem horas de alucinações.



                                   Plantas que encantam

Além dos ungüentos de vôo, uma infinidade de plantas foi usada em encantamentos, poções e magia de cura.
Para despertar o amor, feiticeiras pulverizavam a pervinca misturada a minhocas sobre a carne que o objeto da paixão deveria ingerir. A mandrágora, com seus bagos verdes chamados por muitos de maças do amor, era utilizada para despertar a paixão, provocar a gravidez e restaurar a virilidade. Elixires utilizados para seduzir incautos jamais dispensavam ingredientes como a rosa e a escarola. A invisibilidade era produzida pelo heléboro negro e a clarividência pelo meimendro. Para aumentar a resistência do corpo às torturas e a agonia da fogueira, muitas feiticeiras se serviram do poder analgésico da verbena, uma planta que tem também a característica de afastar o mal se usada num pequeno sache junto ao corpo. As dores do parto eram suportadas através do uso da beladona, usada até hoje para combater dores de cabeça, e da ergotina, uma droga preparada a partir do esporão, um fungo que cresce no centeio. A digitalina, uma droga usada hoje pela medicina para combater problemas cardíacos, tem suas origens no uso que as feiticeiras fizeram das campainhas roxas da dedaleira, que em grandes doses possuí a mesma propriedade. Para evitar câimbras musculares durante os vôos noturnos (provavelmente provocadas por vassouras não ergométricas), muitas bruxas se serviam do aipo-silvestre e da hera silvestre da terra. A hera da terra também era usada na cura das asmas.



                               Ervas para espantar bruxas

Para se protegerem dos males que as feiticeiras provocavam (afinal, tudo era culpa delas, desde tempestades de granizo até dor de dente), aldeões e beatas solteironas pesquisaram suas próprias ervas mágicas. Algumas eram usadas para afastar as narigudas, enquanto que outras funcionavam como antídoto contra os feitiços.
Cachos amarelos de flores de endro, betônica e angélica, tão singelas quanto a temível cicuta, provocavam repulsa e detinham bruxas e feiosas em geral. O verbasco ou luz do Senhor era mergulhado em sebo e produzia um círio com os mesmos fins. Para proteger os bebes da busca pela sua gordurinha não batizada ou o gado contra feitiço, eram usados ramos de sorva vermelha. Contra o mau-olhado, a arma era a artemísia (que deve seu nome à deusa Ártemis). Para os males provocados pela bruxaria, chá de flor de hibisco.

Grimórios

Os antigos Grimórios, verdadeiras enciclopédias de feitiços, trazem o que os magos cerimonias classificavam como Magia dos Campos. Eis algumas preciosidades:
Meimendro - contribui para o desenvolvimento do amor e do ato sexual. Trazer consigo faz com que o homem se torne, aos olhos da mulher, agradável e jovial.
Verbena - cura úlceras, incontinência urinária, contusões e hemorróidas. Favorece o amor e a riqueza. Crianças que a trazem consigo são educadas e tem bom humor. Afungenta os espíritos malignos e os demônios. É um excelente talismã.
Oliveira - contra dor cabeça, escrever Athena sobre a folha e aplicá-la sobre a cabeça.
Artemísia - usada para proteção e contar fadiga em viagens.

Incensos
Produz-se um incenso natural, jogando algumas ervas trituradas, sozinhas ou combinadas, sobre pedras de carvão incandescentes:
Limpar ambientes carregados - alecrim, sálvia, alfavaca e casca de alho.
Alegrar ambientes tristes - noz-moscada, lavanda, hortelã e alecrim.
Atrair prosperidade -  canela, girassol, noz-moscada, bálsamo e hortelã.
Acalmar ambientes agitados -  canela, cardamomo, anis, camomila e macela.

Atrair o amor - cravo, jasmim, mirra, alfazema, verbena, melissa, canela.


Ervas, plantas e planetas

O conhecimento da regência astrológica de ervas e plantas desempenha um papel fundamental nos trabalhos de magia prática e medicina natural, onde o reino vegetal é utilizado tanto para a cura como para compor encantamentos, filtros e poções.
Cada um dos sete planetas ocultos rege um ser do mundo vegetal, seja árvore, erva, flor, fruta ou legume. Cada planeta rege ainda, em geral, as diferentes partes de uma planta: Júpiter rege os frutos, Vênus as flores, Mercúrio as sementes e cascas, Saturno as raízes, Marte o tronco e a Lua as folhas.
A identificação das plantas regidas por cada um dos sete planetas é possível a partir da observação de algumas características que o planeta imprime na planta. Nem todas as plantas regidas pelo planeta possuirão tais características por serem elas, muitas vezes, regidas por mais de um planeta.
Em alguns casos, mesmo sem o conhecimento astrológico, algumas plantas se fazem fáceis de identificar, por serem “a cara do planeta”. É fácil associar a rosa perfumada a vaidosa Vênus, a urtiga ao guerreiro Marte, o cânhamo ao sisudo Saturno, o girassol ao astro dourado ou os misteriosos cogumelos à rainha da noite.

Planetas e Plantas

Sol  - as ervas regidas pelo astro-rei são geralmente aromáticas e de sabor acidulado. Algumas trazem o sol estampado em suas flores ou folhas e seguem os movimentos do sol, como o girassol; outras se abrem pouco a pouco, quando o sol se levanta, como a peônia; outras ainda fecham suas folhas quando o sol se afasta. Algumas permanecem sempre verdes, como o loureiro.
Plantas do Sol: Loureiro, palmeira, cafeeiro, nogueira, freixo, vidoeiro, giesta, girassol, heliotrópio, trigo, louro, açafrão, alecrim,  alcachofra, palmito, angélica, camomila, visco, arruda, dália, verbena, canela, cardamomo, cevada, cravo-da-índia, manjerona, tomilho, cítricos, ligústica, junípero, vinha, rosmarinho, erva-de-são-joão.
Lua - à deusa da noite são consagradas as plantas da água, como o lótus e as  que sofrem a influência das fases lunares, como o lírio branco. A regência da lua também aparece em plantas com folhas grandes como a bardana e nas esponjosas ou leitosas com sabor insípido, como o repolho. Muitas vezes são narcóticas, como o tabaco.
Plantas da Lua: Palmeira, salgueiro, murta, bardana, nenufar, lírio, lótus, copo-de-leite, agrião, alface, couve, artemísia, junco, pepino, melão, narciso, rosa branca, rosa silvestre, abóbora, aveia, beldroega, beringela, melancia, semente de papoula, repolho, camomila,  cogumelos, alga marinha, verduras folhosas, tabaco, chá-da-índia.
Marte - o planeta guerreiro rege plantas com grande abundância de calor, como o alho; as que fazem chorar, como a cebola; as que tem espinhos, picam, provocam coceiras ou inflamação na pele, como a urtiga e o cacto. Seu sabor é ácido e picante.
Plantas de Marte: Espinheiro, acácia, araucária, mostardeira, pau-brasil, gengibre, coentro, alcaparra, salsa, urtiga, aloé, manjericão, cominho, orégano, cebola, alho, mostarda, tansagem, pimenta, cacto, estragão, absinto, aipo, alcachofra, favas, hortelã, noz-moscada, rábano, taioba, ruibarbo, erva-férrea, assa-fétida, betônica, genciana, sangue-de-dragão, gengibre, salsaparrilha, basílico, lúpulo, escamônia, colocíndita.
Mercúrio - as plantas regidas pelo polivalente Mercúrio são um pouco mais difíceis de classificar, pois são de composição variada e diferentes cores. Em geral, as flores são abundantes e pequenas, como a camomila e a hortênsia.
Plantas de Mercúrio: Pessegueiro, aveleira, amoreira, endro, madressilva, alcaçuz, anis, camomila, agárico, azaléia, hortênsia, sempre-viva, avenca, manjerona, acelga, serralha, chicória, lingústica, endívia, alcaravia, cáscara sagrada, ênula, feno-grego, lavanda, mandrágora, salsa, valeriana, funcho, flores do campo, mil-folhas, mercurial.
Júpiter - o  rei dos deuses rege árvores majestosas e portadoras de felicidade, como o carvalho e  ervas aromáticas e de olfato agradável, como a hortelã; rege também os frutos oleaginosos e de grandes sementes, como o abacate e as nozes.
Plantas de Júpiter: Carvalho, oliveira, álamo, figueira, plátano, videira, caneleira, castanheiro, hortelã, meimendro, agrimônia, bálsamo, cardamomo, cravo, noz-moscada, sálvia, nozes, amêndoas, abacate, avelãs, castanha, gergelim, marmelo, rabanete, trigo sarraceno, ameixa, amora, cereja, anis, borragem, betônica, sangüinária, trevo, dente-de-leão, hissopo, junípero, erva-cidreira, cinco-follhas, cana-de-açúcar.
Vênus - o planeta do amor caracteriza suas plantas pelo perfume, como a rosa e a valeriana e pela doçura dos frutos e abundância de sementes, como os figos. Suas flores são belas e muitas plantas são afrodisíacas, como a romã.
Plantas de Vênus: Macieira, tamareira, oliveira, bergamoteira, laranjeira, vidoeiro, romazeira, verbena, valeriana, melissa, hortelã, cravo-da-índia, bétula, matricária, poejo, alfazema, beladona, bardana, figos, pêras, romãs, morangos, groselha, maça, rosa, jasmim, milho, framboesa, couve-flor, flores de acácia, narciso, sabugueiro, rosa de damasco, tanaceto, tomilho, violeta, banana-da-terra, gerânio, pinho, baunilha.
Saturno - o poderoso e mau humorado Saturno rege as plantas venenosas e que entorpecem, como a maconha, as que não produzem frutos ou produzem frutos, raízes, folhas ou galhos negros, como a figueira negra e o pinheiro. Seu odor é forte ou ácido, o sabor é amargo e o crescimento lento.
Plantas de Saturno: Figueira negra, freixo, nespeira,  pinheiro, cipreste, azevinho, sorveira, choupo, arnica, beladona, confrey, cânhamo, arruda, maconha, tabaco, acônito, cicuta, meimendro negro, mandrágora, papoula, vetiver, tomilho, teixo, cevada, cominho, salsa, heléboro, caraxixu (erva-moura), selo-de-salomão, cavalinha.

Talismãs Astrológicos

Um talismã simples, feito de ervas, pode ser executado mediante a mistura de 9 ervas numa pequena sacola de tecido. Para o amor, ervas de Vênus; para a prosperidade, Júpiter e o Sol; para proteção, Júpiter, Sol e Lua; para afastar energias indesejáveis, ervas de Saturno; para disputas, Marte; para o comércio, ervas de Mercúrio.

Plantas medicinais e seu preparo

A utilização de plantas medicinais, chamada hoje fitoterapia,  é sem dúvida o método de medicação mais antigo da história da humanidade e seu estudo sistemático data de 5 mil anos, época dos sumérios. Tal conhecimento surgiu da necessidade do homem de melhorar sua saúde, aumentar sua força e curar suas feridas. Homens primitivos, camponeses, nobres medievais e tribos indígenas de todos os continentes utilizaram-se da dádiva sagrada e curadora da Mãe Terra. O imperador chinês Shen-nung (3737-2697 ªC.) escreveu um livro chamado Pen-ts’ao, com mais de 300 preparados medicinais com ervas.  No Egito, por volta de 2.000 ªC., dois mil doutores praticavam a medicina das ervas, de acordo com um registro chamado Papiro Ebers. Entre os gregos, o uso de ervas foi tão difundido que o próprio Aristóteles contava com mais de 300 espécies plantadas em seu jardim, de acordo com o filósofo grego Teofrasto. O primeiro tratado europeu sobre ervas medicinais foi compilado por Dioscórides, médico grego, e o primeiro livro publicado em inglês, o Grete Herball, data do ano de 1526. No ano de 1597 o cirurgião inglês John Gerard, médico do rei James I, publicou uma das mais importantes obras desse sobre o tema, o Gerard’s Herball, seguido da publicação de John Parkinson, o Theatrum Botanicum.
A medicina moderna tem, entre seus especialistas, aqueles que utilizam a fitoterapia e a homeopatia com método de tratamento. Mesmo dentre a medicação produzida em laboratório, muitas das drogas derivam de recompilações botânicas, como é o caso da digitalina, usada durante séculos para combater males do coração e reconhecida cientificamente pelo médico inglês William Withering como droga eficiente no tratamento das enfermidades coronárias.
O primeiro passo para a utilização das ervas e plantas é sua correta preparação, que deve ser feita em recipientes de vidro, esmalte ou inox, sendo desaconselháveis o uso de alumínio, ferro e estanho. A seguir, os métodos mais utilizados e seu preparo:

Infusão - ferver água e despejar sobre a erva, tampando em seguida a mistura, que deve descansar assim por 10 minutos. Na infusão usam-se folhas e flores. O chá medicinal deve ser filtrado em pano de algodão ou linho e consumido em horários sistemáticos. Após a preparação, dura aproximadamente 8 horas.

Decoção - é a ação de cozinhar a parte desejada - normalmente raízes, sementes, cascas ou caules - durante o período de 15 a 30 minutos.

Maceração - colocar de molho a erva – no caso,  folhas e flores em água fria, vinho, álcool, conhaque, leite, óleo  ou cachaça pelo período de 1 a 24 horas. Esse método mantém vitaminas e sais minerais.

Banho - cozinhar por 20 minutos entre 100 e 500 gr da erva em 10 litros de água.

Compressas - acrescentar a erva à água a ponto de entrar processo de fervura. Deixar ferver por alguns minutos e aplicá-la, quente e com parte de um tecido atoalhado. Para hemorragias, edemas, hematomas e ferimentos em geral, a compressa é aplicada fria.

Tintura - preparada com quaisquer partes da planta, com 30% de erva, 60% de álcool de cereais e 10% de água da chuva ou destilada. Misturar os ingredientes num vidro escuro e guardá-lo num local escuro por 20/30 dias (com folhas tenras pode ser usado após 8 dias). Filtrar antes do uso.
Ungüento - cozinhar em banho-maria por 1 hora ou deixar sob o sol forte durante 4 horas a mistura de 10 partes de gordura vegetal (vaselina, manteiga de cacau, etc.) e 3 parte de sumo fresco da planta (basta triturá-la). Pode-se acrescentar cera de abelha.

Pomada - misturar e guardar em lugar fresco partes iguais de lanolina anidra, tintura de erva e vaselina.

Alguns exemplos de uso das ervas com fins estéticos e no combate de males simples, preparadas de acordo com os variados métodos existentes em herbolários:

Anti-rugas - creme feito com 20gr de flor de calêndula macerada em 250g de azeite de oliva e conservada por 10 dias em vidro escuro. Filtrar num pano e espremer bem.

Bolsas nas pálpebras - cavalinha  ou camomila em compressas da erva em infusão. Folhas frescas e bem lavadas de erva cidreira, diretamente no local. Rodelas de pepino descascado e envoltos em gaze, aplicados sobre os olhos por 20 minutos.

Cabelos
Oleosos : alfazema em tintura: 20 gr folhas para 100 ml de álcool de cereais. Queda: gervão em chá; babosa como revitalizante em creme condicionador: bater no liqüidificador 1 folha de babosa, 1 colher de óleo de amêndoas e 1 colher de maizena. Caspa: bardana, usada como chá após a lavagem. Clarear: chá de camomila. Escurecer: enxaguar os cabelos com 50 gr de  folha de nogueira em 1lt de água em infusão por 10 minutos, acrescida de ½ copo de vinagre de vinho.
Crescimento: 100gr de folhas frescas de agrião espremido.

Celulite - hera terrestre e sálvia em banhos e cremes. Chá de verbena: 50gr em 1 lt de água fervidos por 10 min. Indispensável associar a um tratamento local.

Cólica menstrual - catinga de mulata, malva e artemísia em chás. Manjerona como ungüento aplicado sobre o ventre.

Contusões - alecrim em tintura, confrei em ungüento: 5 partes de cada ingrediente: suco fresco de confrei, vaselina e  lanolina cozidos em banho-maria por meia hora.

Obesidade - malva, sabugeiro, carqueja, losna, salsa em chá por 40 dias.

Pele
Manchas e espinhas: confrei em forma de creme ou pomada.
Oleosa: pepino, tomate, levedo e limão (ao sol, provoca manchas).
Seca: abacate e pêssego.

Pés
Suor : banho de imersão de 15 minutos: 100gr de sálvia cozida em fogo brando por 10 min em 3 litros de água.
Cansaço: banho de imersão de 15 minutos: 40gr de folha de nogueira cozida em 1 lt de água.

Prisão de Ventre - 3 ameixas, 1 cravo-da-índia e ¼ lt de água quente macerados durante a noite. Ferver pela manhã por 3 minutos e beber antes do almoço acrescentando 1 colher de chá de mel. A polpa de uma maça fervida por 10 minutos em ¼ de lt de água com a casca de 1 limão. Tomar pela manhã.

A Farmácia da Natureza

Bebê com cólica? Chazinho de erva-doce. Você tá nervoso? Chá de camomila! Receitas que a tataravó passou para a biza, que passou para avó e assim sucessivamente. A verdade é que, 3º milênio, e o bebê continua tomando chá de erva doce e nós continuamos adeptos da camomila. E continua funcionando perfeitamente. Mesmo vindas da natureza, algumas ervas possuem contra-indicações e efeitos colaterais, o que torna desaconselhável seu uso indiscriminado. Algumas são venenosas e podem provocar doenças graves. Nada de mascar cicuta, dentro do espírito ou mata ou cura, pois pode apostar que mata! E nada de excluir a consulta médica ou os medicamentos; um autodiagnostico errado pode provocar sérios problemas de saúde. Outra experiência perigosa é tentar colher ervas selvagens para uso medicinal; se você não for um especialista, desista!
Mas algumas ervas medicinais e populares, plantadas num jardim ou em vasos, bem ao estilo da nossa avó, podem se transformar numa pequena farmácia caseira e natural, desde que respeitadas algumas condições de plantio e manutenção:

1. Plantar as mudas na terra e transplantá-las, se for o caso, apenas na lua nova, usando hormônios vegetais para que as mudas peguem mais rápido.
2. Manter as ervas e plantas sempre em contato com a luz solar, atentando para o equilíbrio da água - sempre pura - e as correntes de vento.
3. Não usar adubos ou defensivos químicos; podar sempre partes secas ou amareladas.

De posse da “sofisticada tecnologia” de plantio, basta escolher algumas dentre as inúmeras plantas que farão parte da horta caseira. Alguns exemplos e usos, de acordo com as obras Erva-Viva, de Mary Caran e Natureza Amiga:

Alecrim - calmante, bom para memória, coração, cansaço e stress, regula a pressão e estimula a circulação, é desinfetante, cicatrizante, expectorante e antidepressivo (pela ação da colina que se contrapõe a adrenalina). Possui vitamina C e B12, que atua em dermatites e feridas. Colocado sobre brasas, desinfeta o ambiente. O banho é melhor que o chá. Na infusão, usar somente folhas e flores. Para adubá-lo, usar casca de ovo.
Alfazema - atua na dor de cabeça, gota, retenção urinária, tontura, enxaqueca, dor de garganta e gases de bebes recém nascidos. Crianças fracas devem banhar-se com alfazema. Propaga-se por mudas e sementes na primavera. Não gosta de chuva.
Artemísia - indicada para cólicas menstruais, sob a forma de chá e como condimento no preparo de comidas gordurosas para evitar indigestão. Para pés cansados e doloridos, usar como banho. Gosta de lugares arejados e ensolarados.
Arruda - indicada para lavagem de feridas e sarnas, para irritação nos olhos e cansaço (em compressas). Não deve ser usada em doses muito fortes. É proibida  na gravidez.
Babosa - emoliente nos casos de tumores, inflamações, queimaduras e urticárias. O uso interno é limitado. Proibido para gestantes e portadores de hemorróidas. Suas mudas são feitas à partir de “filhotes” soltos de sua base.
Bardana - diurética, atua na bronquite, cálculos renais, biliares e da bexiga, gastrites, gota, enfermidades cardíacas, prisão de ventre, reumatismo, herpes e envenenamento por mercúrio. Cresce com facilidade e sem grandes cuidados.
Boldo - indicado contra insônia e como digestivo. Atua contra fraqueza, gases, reumatismo, dor de estômago e de cabeça. Sua muda se faz por galhos.
Camomila - estômago fraco, dor de cabeça, resfriado, calmante, digestivo. Seu uso exagerado pode enfraquecer os nervos e provocar icterícia. Cultivada através de sementes, a planta morre após a colheita das flores.
Confrei - poderoso cicatrizante (possui alantoina), auxilia no desenvolvimento de novas células. Atua na leucemia, diabetes, hepatites, úlceras e gastrites. Para eliminar infecção de cortes, usar com própolis. Usar com cuidado:  possui alcalóides perigosos.
Cavalinha - mineralizante, combate problemas renais (possui sílica). Atua na bexiga, nas bronquites, tuberculoses e inflamações da garganta. Como compressa, pode ser usada em úlceras, edemas e olhos inflamados.
Erva Cidreira - dores de cabeças, de dentes (em bochechos), desmaios, afecções gástricas e intestinais, dores reumáticas, tosse, enxaqueca e icterícia. Gosta de sol e suas mudas dividem-se por touceiras. Renová-la 2 vezes por ano.
Erva Doce - acalma dores de dente e ouvido, atua na tosse, náusea, diarréia e gases. A raiz é diurética e não deve ser tomada por mais de 3 dias seguidos. Propaga-se por sementes, gosta de solos argilosos e bem drenados.
Gervão - indicado para queda de cabelo, problemas de fígado, anemia e icterícia.
Hortelã - purificador e fortificante, usa-se para asma, cólicas intestinais, vermes, insônia (com mel), calmante para dores no corpo, dores de dente e cansaço. Existem 25 variedades diferentes.
Losna - empregada nos catarros, cólicas, náuseas, menstruação dolorosa, limpa os órgãos e reforça o organismo debilitado, combate obesidade e diabetes.
Manjericão - além do uso culinário, atua nas fraquezas, anemias, tosse, febre, cansaço, é diurético e calmante. Nas afecções da garganta é usado com gargarejos e em compressa sobre mamilos doloridos.  Propaga-se por galhos em solos soltos e na sombra. Não é simpáticos a clima muito frios.
Majerona - além do uso na culinária, atua na debilidade muscular e dos nervos, nos reumatismos e resfriados.
Malva - usada antigamente em saladas, atua na tosse, rouquidão, prisão de ventre, inflamações da pele, da bexiga e dos rins, nas dores de dente e de garganta. Gosta de terra boa e pouca água.
Melissa - indicada para dor de cabeça, insônia e cansaço.
Tansagem - atua contra problemas da boca e garganta, picada de insetos, doenças venéreas e problemas de ordem sexual. Puxa espinhas da pele.

Texto: Mara Barrionuevo para o jornal O Exotérico, 2003
Bibliografia nos textos
Imagens da web

Mas para encerrar 2015 um segredo ainda vou contar

Você já leu por ai sobre alguma antiga poção fervida pela Bruxa num velho caldeirão, impossível de imaginar de onde aquilo a Bruxa foi tirar?
Humm .. e se ela fervia na macabra receita um pequeno dragão com olho de gato, o pé de um corvo e um sapo?
Não fuja, não. A mistura que acabei de inventar pra você serve só pra lhe contar que isso ai nada mais é do que estragão, escabiosa, gerânio branco e linho.
Mas não ferve isso porque minha mistura não serve para nada.
Só estou te dando um exemplo de como, pelas velhas e espertas Bruxas, dando nome de bicho pra erva em Grimório, você ficou assustado por nada.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

LUA, MÃE LUA



Guardião dos sonhos vindouros
Mãe da noite estrelada
Mostra-me como viver minha verdade
E traga clareza aos meus sonhos

Ensina-me como usar minha vontade
Vivenciando a verdade eu me encontro
Descobrindo todas as partes de mim mesma
Onde a Luz e a Sombra se mesclam

Permita-me entoar a canção do futuro
aquela que fale do porvir
Sustentando todas as leis da Natureza
Para as criaturas, pedras e árvores

Mãe, eu lhe percebo no sol,
E eu a escuto na chuva que cai,
Você me ensina a sabedoria interna
através do doce refrão do seu coração



PLENILÚNIO ÁRIES, SOL EM LIBRA

Áries, o primeiro signo do zodíaco, é um signo de fogo, regido por Marte. Representa os inícios, nascimentos, pioneirismos e iniciativas. Possui muita coragem, criatividade e poder de decisão. Tem espírito combativo e guerreiro e é um grande desbravador sempre pronto a trilhar novos caminhos, a desafiar a si mesmo e a vida e se lançar em aventuras. É forte, decidido, independente e original. Na roda zodiacal, nada vem antes dele, o que faz com que siga apenas seus instintos e intuição.
Por outro lado, sua veemência pode torna-lo agressivo e rígido, bravo e irritado. Seu espírito competitivo, em excesso, pode afastá-lo de outras pessoas e suas iniciativas, se impensadas, podem resultar em situações complicadas.

Libra é um signo de ar, regido por Vênus e, quando próximo ao equinócio de primavera o sol entra nesse signo, nos encontramos no ponto médio do zodíaco, quando dias e noites são iguais. É representado por uma balança com seus dois pratos e propõe o justo, o caminho do meio, impulso e contentamento, espontaneidade e reflexão, atração e repulsão de forças contrárias. Moderação, equilíbrio e harmonia são características de Libra, assim como o refinamento, a beleza, a inteligência do elemento ar e a natureza sutil da ponderação.
Por outro lado, é justamente nesse poder de atração que Libra exerce o encantamento sobre o outro para que o outro permaneça próximo, ao seu lado, cultuando-o como a melhor das companhias.

A combinação de um signo masculino regido por Marte com outro regido por Vênus ressalta, ao mesmo tempo, a oposição e a complementação das polaridades: combate e conciliação, eu e o outro, imposição e diplomacia, dar e receber.
Essa polaridade favorece a busca pelo equilíbrio nos relacionamentos, procurando meios adequados para estabelecer igualdade e harmonia, sem sobrecarregar nenhum dos pratos da balança. É o momento de buscar o caminho do meio entre a agressividade de Marte e a passividade de Vênus.



LUA DA TEMPESTADE

Embora tenha adotado sempre o termo Lua da Semente pela proximidade com o equinócio de primavera, resolvi adotar para essa fase o termo Lua da Tempestade em ‘homenagem’ aos temporais que tem assolado o Rio Grande do Sul nas últimas semanas. A lua cheia de setembro também é chamada de Lua dos Ventos, Lua das Seivas, Lua do Arado.

No calendário lunar, é tempo de ritos de iniciação mágica, encantamentos de fertilidade para gravidez e plantio simbólico dos sonhos e projetos.

COLL

O nono signo que compõe o calendário celta, Beth Luis Nion.
A energia desse plenilúnio corresponde ao signo da Aveleira, Coll.
A energia do plenilúnio anterior era a do carvalho; a desse, a do azevinho.  A aveleira é uma árvore pequena e muito produtiva e os frutos que vão se formando, se agrupam no número sagrado da Deusa Mãe.
Na mitologia celta, a árvore cresce sobre um lindo arroio que flui transparente e as avelãs que caem servem de alimento ao salmão, símbolo do conhecimento das artes e da ciência.
Nas lendas, um lindo jovem se senta na borda do arroio, enquanto que uma caçadora se mantém erguida, esperando para pescar um esplêndido salmão. O masculino e o feminino próximos nos remetem à Marte e Vênus.
O número nove de Coll é um número bárdico e se relaciona a Deusa pois é múltiplo de três. As aveleiras davam frutos a cada nove anos.
O aveleiro é também o nome de um deus – Mac Coll (filho do aveleiro), um dos primeiros governantes da Irlanda. Com seus irmãos, Mac Ceacht (filho do arado) e Mac Greine (filho do Sol), celebra um casamento tríplice com três deusas irlandesas: Eire, Fodha e Bandha.
Coll também se relaciona a ametista e a verbena.




A Mulher do Sol Poente - Matriarca da Nona Lunação

A Mulher do Sol Poente é a guardiã dos sonhos e objetivos. Nos mostra como usar nossa vontade para assegurar a abundância no futuro, e que o desejo de viver e a vontade de ser impecável com a Mãe Natureza são partes essenciais de nosso caminho terrestre.
Nos ensina a sacralidade de usar cada parte de tudo que semeamos nunca perdendo qualquer coisa útil. Também nos ensina como nos interiorizar e encontrar as verdades pessoais, como alcançar o futuro sem receio.
A escuridão do céu noturno é o cadinho curador celestial ou caverna no princípio feminino que contém o potencial do futuro. As estrelas são pontos de luz que representam o fogo sagrado de nossos sonhos.
Quando encontramos nossas verdades pessoais na escuridão de nossos interiores, nós determinamos qual visão ou sonho materializamos.
A descoberta de nossos mundos interiores nos ensina que não somos simplesmente nossos corpos, mas que somos seres vastos.


Bibliografia:
The Celtic Lunar Zodiac - Helena Paterson
The 13 Original Clan Mothers – Jamie Sams
Livro Mágico da Lua - D. J. Conway
Mara Barrionuevo  - jornal O Exotérico, edição maio de 2002

                                       E A SUPER LUA DE SANGUE?


Como acontecem os Eclipses Lunares

Como sabemos, a Lua orbita a Terra, e durante sua trajetória acontecem as fases da Lua. Quando a Lua está entre a Terra e o Sol, temos a fase nova, e quando a Terra está entre a Lua e o Sol, temos a Lua Cheia. De tempos em tempos, quando a Terra está entre a Lua e o Sol (Lua Cheia) o nosso planeta projeta sua sombra na superfície da Lua por conta de um alinhamento, e isso faz com que a Lua Cheia fique escura por alguns minutos. Já o eclipse solar acontece quando a Lua projeta sua sombra na Terra, ocultando o Sol e fazendo o dia virar noite.


Fases de um Eclipse
O eclipse lunar total, como é esse caso, é composto de duas fases: a penumbral e a umbral. A sombra da Terra tem um halo externo mais tênue, a penumbra, e uma parte bem mais escura ao centro, a umbra. Como o eclipse é total, a Lua vai mergulhar totalmente em ambas durante seu trajeto no céu.
Durante a fase penumbral, a Lua escurece um pouco e às vezes até passa despercebido de tão sutil. Apenas observadores mais atentos conseguem distinguir o começo dessa fase, quando a borda da Lua toca a penumbra da Terra, mas conforme ela vai se deslocando sobre ela, o escurecimento fica mais evidente.

A segunda fase é a umbral. Aí sim fica evidente que a Lua está sendo coberta pela sombra densa da Terra. Quando há o primeiro toque da borda da superfície lunar com a umbra,  parece que ela perdeu um pedaço de tão escuro que fica e conforme a sombra avança, o pedaço aumenta junto. Quando a Lua estiver completamente coberta pela umbra, começando a fase de totalidade e vai ficar bem evidente a mudança de sua cor, pois ela deve ficar um tanto mais alaranjada.

Mesmo quando a Lua está mergulhada na umbra da Terra, um pouco da luz do Sol consegue atingi-la, após atravessar a atmosfera da Terra. O efeito de mudança da cor tem a ver com o estado da atmosfera terrestre. A luz, ao atravessa-la, vai ser influenciada por tudo que ela contém. Logo de cara, a pouca luz que chega na Lua vai ser um pouco alaranjada, simplesmente por que a parte azul dela é muito espalhada pela nossa atmosfera. Por isso o céu é azul. Mas se ela estiver carregada com particulados como poeira e, principalmente, cinzas vulcânicas, esse efeito é acentuado e praticamente apenas luz vermelha vai atingir a Lua. Recentemente tivemos duas erupções vulcânicas intensas que lançaram cinzas na alta atmosfera. Nessa região de altitude elevada, as cinzas podem circular por anos antes de caírem de volta ao solo, de modo que espera-se que esse efeito de avermelhar a Lua seja bem destacado nesse eclipse.
A fase da totalidade dura até o momento em que a Lua começa a sair da umbra e volta a mergulhar na penumbra. Essa fase deve durar um pouco mais do que 1 hora e 10 minutos e durante esse tempo a Lua deverá estar mais obscurecida e avermelhada, dependendo da situação da atmosfera terrestre.

Existe uma escala proposta pelo astrônomo francês Andrés-Louis Danjon para quantificar o grau de escuridão que a Lua atinge nesses momentos de eclipse total. A escala de Danjon varia de 0 (muito escuro, quase invisível) até 4 (muito claro, cor alaranjada). Essa escala é bastante arbitrária, mas ela ajuda a revelar o grau de sujeira suspensa na atmosfera de acordo com o brilho e a cor da Lua.
Finalmente o eclipse termina quando a Lua toda sair da penumbra , que deve acontecer às 02:22 da madrugada de segunda feira. Se você não pode se dar ao luxo de ficar acordado até duas da matina em plena segunda feira braba, tente ao menos ver a Lua atingir o ápice do eclipse e dura pouco mais do que uma hora.


A Super Lua na noite do Eclipse Lunar

Na mesma noite que acontece o Eclipse Lunar, teremos também um segundo evento astronômico. Chamado de Super Lua, ele acontece quando a Lua está no seu ponto mais próximo com a Terra (perigeu). Conforme a Lua orbita a Terra, ela se afasta e se aproxima, dependendo da época. Muitas vezes a Lua chega nesse ponto mais próximo durante a fase minguante, ou crescente, por exemplo, mas quando coincide da Lua estar em seu ponto mais próximo justamente no dia da Lua Cheia, ela fica consideravelmente maior no céu.
O momento em que a Lua fará sua máxima aproximação com a Terra estará a menos de uma hora do momento da Lua Cheia e do Eclipse.

Fontes:

vercalendario.info
galeriadometeorito.com
g1.globocom/ciência-e-saude

Imagens da web

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

HÉCATE E 13 DE AGOSTO



Supersticiosos, tremei!

Agosto, mês do desgosto, de cachorro louco, gato preto, de Sabá de Feiticeira, da deusa Hécate e de lua nova escondendo voo de Bruxa.
13 de gosto promete ser um dia daqueles, cheio de mistérios e significados ocultos. Se você é do tipo supersticioso, coloque uma ferradura atrás da porta, plante salva e alecrim e carregue sempre seu amuleto de pé de coelho (que não protegeu o pobre do coelho, que acabou perdendo o pé).

Nesse ano - que sorte a sua!, 13 de agosto não cai numa sexta-feira de Lua Nova. Hoje é quinta-feira, e de Lua Negra. Ops, como assim?
O período da Lua Negra compreende três dias, incluindo o que precede e o que antecede a Lua Nova. Então, esse 13 de agosto, dia da Deusa das Bruxas - ó céus, acontece sim numa Lua Negra.
Mas deixemos pra lá as estórias da carochinha e vamos falar sério?

HÉCATE

O nome Hécate deriva, provavelmente, da egípcia Heket, uma deusa com cabeça de rã associada ao estado embrionário do grão em decomposição que, em breve, começaria a germinar. Heket era também uma “parteira” que assistia ao nascimento do sol a cada amanhecer. A seu nome é também associada à raiz Eka/th – o mesmo epíteto de Ártemis, deusa com a qual é associada. O nome Hécate significa "a que fere à vontade" ou “aquela que age como lhe apraz".
A conexão com o nascimento vem de sua origem como Heket, mas posteriormente o mito helênico a chamou de “impura” pelo contato com o sangue dos recém-nascidos.

Hesíodo, na Teogonia, diz que Hécate é filha dos Titãs Asteria e Peres. Asteria era irmã de Leto, a mãe de Ártemis e Apolo. Uma tradição mais antiga diz que Hécate é filha de Erebo e Nyx, a noite; tradições posteriores atribuem à Zeus e Hera.
Os gregos helênicos incorporaram essa antiga Deusa ao seu panteão, assim como o fizeram com inúmeros outros deuses, tal como Afrodite, originalmente uma deusa guerreira do mediterrâneo. Apesar de fazer parte do Olimpo, Hécate estendeu seus domínios pelo céu, terra e submundo.
O próprio Zeus valorizava tanto a Hécate que teria lhe concedido o poder de dar ou negar aos mortais o que lhe pediam, incluindo riquezas e bênçãos.
Hécate é uma Deusa associada à adivinhação e previsão do futuro. Concede aos seus seguidores sonhos e visões que, se corretamente interpretados, possibilitam ver com maior clareza seu caminho.
Na Grécia, Hécate era uma deusa lunar, uma das trindades originais conectada com as três fases da lua. Era também a padroeira das parteiras, do nascimento, da fertilidade, da magia, das riquezas e da educação. Como anciã e parte de uma trindade, é associada à Perséfone (Donzela) e Deméter (Mãe) ou ainda simboliza a força escura da lua, enquanto que Ártemis é associada à lua crescente e Selene à lua cheia.
Essas três Deusas também simbolizam o céu – Selene, a terra – Ártemis e o submundo – Hécate.
Em sua associação com Perséfone, bem como com a egípcia Heket, está conectada com a morte e regeneração. Sua presença no mundo subterrâneo permitia aos pré-helênicos a esperança do renascimento e da transformação, oposta a Hades, que representava unicamente a morte.
No submundo Hécate era também conhecida como Rainha dos Mortos. Enviava seus demônios a terra para atormentar os humanos e aparecia com seus cães em encruzilhadas, túmulos e locais onde crimes haviam sido cometidos.
Hécate, acompanhada de uma matilha de 50 cães de caça ou por Cérberos, cão de três cabeças, é adorada onde as estradas se cruzam ou em locais onde haja uma cruz no caminho, especialmente em noites de lua nova. A esses lugares os gregos levavam estátuas de três rostos, chamadas Hecatea e as ofereciam juntamente com banquete ritual. Os viajantes ofereciam sacrifícios à Hecate para que essa os protegessem durante suas viagens.
Cérbero era a contraparte grega de Anubis, o deus com cabeça de cachorro, filho da deusa da morte, Neftis, que levava as almas ao submundo.

Com sua matilha de cães negros, Hécate visitava os túmulos a fim de levar as almas ao submundo. No submundo, Hécate é aquela que leva os mortos ao caminho que lhes é destinado: os que desafiaram aos Deuses Hécate conduz ao Tártato; os que não são bons nem maus, leva as pradarias de Asfódelos e os virtuosos leva aos Campos Elíseos. Hécate é também encarregada da regeneração das almas. É sua guardiã e mestra e as instrui nos ritos ocultos e mágicos, preparando-lhes para a reencarnação.
Com frequência a Deusa aparece com três cabeças: leão, cachorro e égua ou cachorro, serpente e leão. O Hectaraerion, pilar de Hécate, possui três cabeças e seis braços portadores de três tochas e três símbolos sagrados: a chave, a corda e a adaga (posteriormente transformada no athame)

Foi durante a Idade Média que Hécate passou a ser conhecida por Arpia ou Rainha das Bruxas, e teve seus poderes associados à magia negra. Para as autoridades católicas da época, as pessoas mais perigosas eram aquelas que tinham Hécate como protetora: as parteiras, curandeiras e videntes. Em nome da “purificação” da igreja, milhares de pessoas foram torturadas e queimadas na Europa medieval, 80%  delas, mulheres.
Hécate é a Deusa profética, de visão clara e conhecimento da magia e das artes ocultas. Nas encruzilhadas, é capaz de ver claramente o passado, o presente e o futuro.
Os rituais de Hécate são celebrados nas horas mais escuras e seus seguidores se reúnem para estudar a sabedoria oculta, a adivinhação, a magia, o tarô, o uso de ervas medicinais e incensos.
Na grande magia das transmutações, Hécate nos ajuda a equilibrar a escuridão do inconsciente, povoado de temores e fantasmas, com nossa imensa reserva de energias criadoras. É a tocha de luz da Deusa nos mostrando o caminho do futuro.


AGOSTO E O NÚMERO 13

O mês de agosto e o número 13 têm sido cercados por inúmeras superstições, algumas delas derivadas de fatos históricos.

Em agosto do ano 79 d.C , Pompéia foi engolida pela maior erupção do Vesúvio. Foi também em agosto de 1572 que Catarina de Médici banhou a França de sangue, mandando à morte cem mil protestantes, na famosa e terrível noite de São Bartolomeu.

A Primeira Guerra Mundial teve início em agosto de 1914 e, em agosto de 1945, as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram devastadas pela bomba atômica.

Há exatos 54 anos – 13 de agosto de 1961, se iniciava a construção do Muro de Berlim, que separaria por quatro décadas a Alemanha.

No Brasil, agosto não foi um bom mês para seus governantes. O suicídio do Presidente Getúlio Vargas, a renúncia do Presidente Jânio Quadros e a morte de Juscelino Kubitscheck aconteceram nesse mês.

Na antiga Roma, os incêndios de agosto não eram atribuídos ao calor do hemisfério norte, mas ao dragão que pairava sobre a cidade. Na Argentina, agosto é ainda o mês do cachorro louco.

O número 13 também não é visto com bons olhos. Jesus teria sido morto numa sexta-feira 13, depois de se reunir com seus apóstolos para a última ceia.

São 12 os meses do ano, as tribos de Israel, os apóstolos do Cristo e os signos do zodíaco. Portanto, sendo correto o 12, o 13 gera desequilíbrio.

No Tarô, 13 é o Arcano da Morte. Alguns autores temiam tanto a esse Arcano que não o nomeavam.
Na mitologia, 13 de agosto é dia de Hécate e de Ártemis, e é também o dia do nascimento da deusa babilônica Ishtar.

Hino a Hécate (Teogonia, vv.404-452)
HINO A HÉCATE
(HS,405-440)
"Febe entrou no amoroso leito de Coios
e fecundou a Deusa o Deus em amor,
ela gerou Leto de véus azuis, a sempre doce,
boa aos homens e aos Deuses Imortais,
doce desde o começo, a mais suave do Olimpo.
Gerou Astéria de propício nome, que Perses
conduziu um dia a seu palácio e desposou,
e fecundada pariu Hécate a quem mais
Zeus Cronida honrou e concedeu esplêndidos dons,
ter parte na terra e no mar infecundo.
Ela também do Céu constelado partilhou a honra
e é muito honrada entre os Deuses Imortais.
Hoje ainda, se algum homem sobre a terra
com belos sacrifícios segundo o rito propicia
e invoca Hécate, muita honra o acompanha
facilmente a quem a Deusa propensa acolhe a prece;
e torna-o opulento, porque ela tem força.
De quantos nasceram da Terra e do Céu
e receberam honra, de todos obteve um lote;
nem o Cronida violou nem a despojou
do que recebeu entre os antigos Deuses Titãs,
e ela conserva seus dons da primeira partilha.
Nem porque filha única, menos partilhou de honra
e de privilégio na terra, no céu e no mar
e mais ainda , porque Zeus a honrou.
A quem quer , grandemente dá auxílio e ajuda,
no tribunal senta-se junto aos reis venerandos
na assembleia do povo, distingue a quem quer,
e quando se armam para o combate homicida
os homens, aí a Deusa assiste quem quer
e propícia concede a vitória e oferece-lhe glória.
Diligente quando os homens lutam nos jogos
aí também a Deusa lhe dá auxílio e a ajuda,
e vencendo pela força e vigor, leva belo prêmio
facilmente, com alegria, e aos pais dá gloria.
Diligente entre cavaleiros assiste a quem quer,
e aos que lavram o mar de ínvios caminhos
e suplicam a Hécate e ao troante Treme-terra,
fácil e gloriosa a Deusa concede muita pesca
e sem dificuldade também ela , a arrebata deles,
no momento exato, conforme seu animo.
Diligente no estábulo com Hermes aumenta
o rebanho de bois e a larga tropa de cabras
e a de ovelhas lanosas, se o quer o seu ânimo,
de poucos avoluma-os e de muitos faz os menores.
Ainda que unigênita de mãe,
entre Imortais é honrada com todos os privilégios.
O Cronida a fez protetora da juventude que depois dela
viram a claridade da Aurora que cintila para numerosos olhos.”

Superstições e medos à parte, vamos honrar Hécate hoje?

Imagens da web

Referências bibliográficas:

The Dark Goddess -Marcia Starck & Gynne Stern

O Oráculo da Deusa - Amy Sophia Marashinsky

Mitos e Tarôs - Dicta e Françoise

Hino a Hécate (Teogonia, vv.404-452)


interpretação e textos - Mara Barrionuevo

domingo, 2 de agosto de 2015

DIA MUNDIAL DA DEUSA PORTO ALEGRE


O projeto Dia Mundia da Deusa nasceu em 2014 e seu objetivo é conceder à Grande Mãe do mundo um dia de visibilidade onde seja possível compartilhar seus muitos mitos, histórias e diversidade de culto para que todos se lembrem ou tomem conhecimento de que a primeira religião da humanidade foi o culto à Deusa.
Em Porto Alegre, vamos comemorar esse dia honrando as múltiplas expressões e manifestações do Sagrado Feminino, numa tarde festiva, alegre e lúdica.
(clique em "Dia Mundial da Deusa" para conhecer o site)

PROGRAMAÇÃO

13h00 – Recepção dos participantes – Parque Marinha do Brasil
Av. Borges de Medeiros, 2713, no círculo das árvores
(ao lado do prédio da Secretaria Municipal dos Esportes - em frente ao Praia de Belas Shopping)
*Disponibilização de argila e tintas para confecção de uma imagem de Gaia
*Disponibilização de material impresso – Cantos para a Deusa
*Recebimento de doações e distribuição de números para sorteio de brindes (as doações serão recebidas ao longo de todo o evento)

13h30 – Palestra: A Religião da Deusa – origem e cultos 
Mara Barrionuevo​

14h00 - Danças Circulares Sagradas 
Focalizadora: Miriam Tlaija

14h45 - Palestra: A Questão Ambiental - Algumas Reflexões 
Dr. Sérgio Pessoa Ribeiro – Instituto Venturi

15h30 – Danças Ciganas 
Zingara Ponce / Kumppania Bartale

16h00 - Intervalo
*Confraternização
*Construção da imagem de Gaia para  Ritual de Encerramento
* intervenção: Danças Celtas com Selenna Molim

17h00 – Vivência: Mulheres em Círculo – Resgatando o Sagrado Feminino 
Mara Barrionuevo e mulheres do Círculo da Lua Negra
17h00 - Vivência - Homens em Círculo - Espiritualidade masculina
Therion Akkad

17h45 – Mulheres e homens em canto e dança 
*O resgate interior das crianças de Gaia

18h00 – Ritual de Encerramento 
*A Carga da Deusa 
*Mitodrama: O Casamento dos Deuses e o nascimento de Aradia
*Cantos para a Deusa e Dança Espiral

ATIVIDADES PARALELAS
* Recreação Infantil – Orientadora: Daniele Donfandi
* Arrecadação de doações de leite integral e fraldas descartáveis geriátricas tamanho GG para o Lar de Santo Antonio dos Excepcionais (http://www.larsantoantonio.com.br/)

O QUE TRAZER
Canga, manto ou almofada para sentar
Alimentos, bebidas e copos descartáveis para confraternização


Os brindes sorteados serão oferecidos pelas empresas Aromatum, Confraria dos Livros e Substrato da Pele

Coordenadora local: Mara Barrionuevo
Fones: (51) 9777.1039 / 8658.9899
circulo.da.lua.negra@gmail.com

https://www.facebook.com/mara.barrionuevo.5
https://www.facebook.com/groups/childenofmorrighan/
www.the-cauldron-of-the-goddess.blogspot.com.br
www.worldgoddessday.com