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terça-feira, 27 de março de 2012

Páscoa - Origens e Mitos


Oito de abril, Páscoa! Dia feliz, quando podemos nos deliciar sem culpa com guloseimas das mais gostosas e variadas, desde os deliciosos pães de mel até os irresistíveis chocolates em forma de ovos e coelhos (você já teve o indiscutível prazer de morder a orelha de um coelho de chocolate?).
Páscoa, crianças de zero a 100 anos ansiosas e felizes, esperando pelo Sr. Coelhinho com seu enorme ninho recheado de ovos.


Para a maioria dos adultos, mais do que distribuição de chocolates a Páscoa é uma festa religiosa que comemora a Ressurreição do Cristo. Mas, o que teria em comum o dia da ressurreição, os chocolates, os coelhos e ovos? Para responder a essa pergunta, vamos voltar na história e tentar entender a origem dessa festa religiosa.

Na antiguidade, algumas representações de Deusas as mostravam acompanhadas de lebres, coelhos e ovos.
Na Grã-Bretanha, fala-se de uma deusa com o nome de Andraste. Pouco se sabe dessa Deusa, a não ser que era cultuada pela rainha-guerreira Boadicea. Andraste era associada à lua e o coelho era seu animal sagrado. De acordo com a história, a rainha Boadicea esteve perto de expulsar os conquistadores romanos, soltando um lebre um pouco antes da batalha. Ao observar o padrão de fuga da lebre, Boadicea teria previsto a conduta da batalha.
Uma versão posterior de Andraste é Eostre (interessante observar que o têrmo equivalente à Páscoa em inglês é easter). Eostre é a mesma Ostara, a deusa saxã da primavera e da fertilidade.
Ostara é representada segurando um ovo com uma das mãos, e mantendo um coelho aos seus pés. O coelho é sabidamente um símbolo da fertilidade, motivo pelo qual é o animal sagrado de Ostara. Já o ovo desde os tempos primitivos é simbólico.
Havia o Ovo do Mundo chamado pelos hindus Hiranya Garbha, no qual Brahmâ foi gestado e o Ovo do Mundo dos egípcios que procede Knef, a divindade não criada.
Havia ainda o Ovo da Babilônia no qual a deusa Ishtar foi gestada. De acordo com a lenda, o Ovo da Babilônia caiu no rio Eufrates.

Ovos coloridos foram usados durante centenas de anos na estação da primavera - a estação da fertilidade, pois o ovo é e sempre será emblema de nascimento ou de renascimento humano ou cósmico, celeste e terrestre. Na antigüidade eram pendurados em templos egípcios e trocados como símbolos sagrados. Ainda hoje podemos vê-los suspensos nas mesquitas maometanas.

Já a Deusa Ostara era o símbolo da ressurreição e adorada por vários povos, sob diferentes nomes - Ostara, Ostera, Esther, Eostre e Andraste, no início da estação das flores. Era costume entre os pagãos saxões e escandinavos, em tal época do ano, a troca de ovos coloridos, chamados de “ovos de Ostara”, que se tornaram os atuais ovos de Páscoa.
Os romanos celebravam a primavera com corridas em pistas ovais e ofertando ovos como prêmio. Desde a antigüidade, vários povos celebram nessa ocasião - o Equinócio de Primavera - um dos oito festivais conhecidos atualmente por Sabats.

O Festival do Equinócio de Primavera é um antigo rito de fertilidade que celebra o renascimento da vida na terra e o tempo do equilíbrio, onde dia e noite são iguais. É o momento no qual a donzela Kore retorna do reino de Hades para os braços de sua mãe, Deméter. Feliz, a Deusa faz a terra brotar. Nesse Festival, são honradas as deusas Ostara e Eostar, motivo pelo qual algumas Tradições chamam tal ocasião de Festival de Eostar. Em homenagem à Deusa, os pagãos ainda hoje pintam ovos com tinta colorida e atiram nas fogueiras.
(vale lembrar que os ritos da Antiga Fé surgiram no hemisfério norte e lá, agora, é primavera)

O cristianismo, adotando tal festa religiosa, deu outro significado a esse festival de renascimento e fertilidade, relacionando-o com a festa de ressurreição de Cristo que, como a vida latente no ovo, dormiu no sepulcro por três dias para então renascer para uma nova vida. Isso porque o Cristo era identificado como o Sol da Primavera que renasce após a morte do inverno.

Até hoje, o domingo de Páscoa é determinado pelas datas do festival pagão, pois o equinócio de primavera no hemisfério norte - local onde surgiram os ritos, acontece por volta do final de março.
O dia de Páscoa é determinado pelo primeiro domingo (dia do Sol) após a primeira lua cheia (o símbolo da Deusa grávida), após o equinócio (no hemisfério Sul, o equinócio de outono).
Como muitas das festas religiosas do cristianismo, a Páscoa é enriquecida com inúmeras características, costumes e tradições pagãs. A lebre, sagrada para as deusas lunares, e o ovo, símbolo do nascimento e renascimento, transformaram-se nas principais estrelas da festa de Páscoa.

Para aqueles que desejarem festejar a Páscoa como os antigos pagãos, vai aqui uma dica: Na noite anterior à Páscoa, acenda uma vela dourada, amarela ou verde e queime incenso de jasmim ou salva. Pinte com tinta colorida alguns ovos (um deles de dourado, simbolizando o sol). Separe alguns e ofereça aos amigos mais queridos. Projete nos restantes aquilo que gostaria de ver nascer ou renascer em sua vida e atire-os num fogo - fogueira, caldeirão, lareira ou numa churrasqueira - em honra da deusa Ostara.
Inclua em sua refeição ovos cozidos e bolos de mel.

Tenha um feliz Festival de Eostar e é claro, uma deliciosa Páscoa!

* texto: Mara Barrionuevo para jornal O Exotérico (numa Páscoa de mil, oitocentos e coquinhos)
* imagens da web

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