Há cerca de 120.000 anos, viveu sobre o planeta o Homo Sapiens Neanderthalensis, ou Homem de Neanderthal. Esse homem primitivo possuía um cérebro igual ao nosso, usava instrumentos bem feitos e enterrava seus mortos. Para alguns historiadores, as primeiras manifestações de religiosidade da raça humana surgiram ai, no momento em que nosso antepassado passou a ritualizar a morte.
Depois do Homem de Neanderthal, no final do período Paleolítico, iniciou-se a evolução do Homo Sapiens Sapiens. Esse ancestral do homem deixou registrado, através de pinturas em cavernas, os primeiros sinais mágicos. A arqueologia registra, entre outras, as pinturas de animais nas cavernas de Lascaux e Niaux, na França e de Altamira, na Espanha.
Há 40 000 anos, nossos ancestrais viveram numa Europa em que grandes lençóis de gelo faziam seus últimos movimentos e, como caçadores, eles se aventuravam em pequenos grupos na perseguição de renas e bisões para garantir a sobrevivência dos clãs.
Alguns deles pintavam nas paredes das cavernas, antes da caçada, o animal que seria abatido e cujo espírito desejavam homenagear. Os especialmente dotados convocavam então as manadas até uma armadilha, onde alguns animais se deixariam capturar, garantindo assim a carne que os alimentaria.
Esses caçadores, chamados hoje xamãs primitivos, vestiam-se com peles e chifres e, em harmonia com o espírito da manada, se identificavam com os ritmos da natureza. Na Sibéria e Ucrânia, esses xamãs se identificavam com a natureza adorando uma Senhora dos Mamutes.
Xamã é uma palavra oriunda dos povos Tungus da Sibéria, usada pelos antropólogos para designar uma classe de pessoas dotadas de poderes ou conhecimentos especiais. Tais pessoas são, em culturas ocidentais, conhecidas como feiticeiros, curandeiros e videntes.
Mas nem todo feiticeiro ou vidente pode ser considerado um xamã. A antropologia moderna chama de xamanismo às religiões animistas onde o pajé, feiticeiro ou xamã é a figura central.
Xamã é uma pessoa - homem ou mulher - que desenvolveu a habilidade de acessar um determinado estado de consciência que o torna capaz de contatar uma realidade não visível à grande maioria das pessoas. Nessa realidade, que pode ser chamada supra sensorial, o xamã busca poder, conhecimento e capacidade de cura para os males físicos e espirituais da humanidade.
A técnica usada pelo xamã para acessar os níveis internos da realidade externa poderia ser comparada a técnicas de transformação de consciência usadas pela yoga. Porém, o xamanismo retira seus ensinamentos da própria natureza - animais, plantas, pedras, o próprio meio-ambiente configuram o vasto campo de aprendizado do xamã.
O antropólogo Michael Harner, estudioso do xamanismo entre as tribos Conibo e Jivaro da Amazônia peruana, fala dessa capacidade de transformação de consciência como êxtase - um transe durante o qual a alma do xamã, ao que parece, deixa o corpo e sobe aos céus ou desce ao submundo a fim de aprender.
A esse êxtase, a maioria dos antropólogos, inclusive o próprio Dr. Harner, chama de Estado Xamânico de Consciência (EXC). No EXC, o xamã não apenas desloca sua consciência da realidade física, como percebe claramente a realidade incomum a sua volta, sendo capaz de discernir sábia e perfeitamente a cerca do que passa a perceber.
Metaforicamente, essa mudança consciente de realidade é chamada pelo xamã de viagem.
Tal como os antigos druidas, que participavam de uma morte simbólica durante suas iniciações, e durante tal morte - ou transe - viajavam ao mundo dos espíritos para buscar sua sabedoria, o xamã empreende sua viagem durante um transe no qual o corpo físico permanece imóvel, enquanto que a alma galga livre por entre os inúmeros mundos que habitamos sem perceber, embora façam eles parte de nossa realidade.
São três as categorias de viagens xamânicas: as que acontecem através do submundo, do mundo do meio e do mundo superior.
A viagem ao mundo superior se caracteriza pela sensação de voar ou escalar uma montanha ou um árvore. Encontramos aqui um paralelismo entre o xamanismo e diversas outras culturas, onde o simbolismo da árvore encontra-se presente, como a Árvore da Vida da Cabala judaica, a Árvore do Mundo, Yggdrasil , da cultura nórdica ou a Árvore do Conhecimento, responsável pela expulsão de Adão e Eva do paraíso. A Árvore dos Xamãs, de acordo com Mircea Eliade em Xamanismo - Técnicas Arcaicas do Êxtase, encontra-se no centro do mundo e é por ela que eles sobem e descem durante suas viagens.
A maior característica do xamã tribal é o exercício da medicina natural. É para tornar-se um grande curandeiro que o xamã empreende suas viagens em busca de conhecimento e, como curador da tribo, o xamã tem obrigação de conhecer a doença.
Para isso, aqueles que estão sendo treinados passam por um estágio chamado ‘doença do xamã’ ou ‘o curandeiro ferido’. Submetem-se voluntariamente a experiências de doença para delas retornarem curados e sábios, muitas vezes com o auxílio de um espírito-guia, que se convencionou chamar Animal de Poder.
Além desse animal, um xamã reúne insetos, plantas e outros objetos, que se tornarão tsentsak, espíritos auxiliares de cura, que lhe prestarão ajuda em suas lutas contra demônios ou espíritos maus que provocam doenças. De seus rituais farão parte também estranhas beberagens alucinógenas, animais míticos, tambores e chocalhos, canto e dança, e muitos, muitos espíritos.
Então, todos prontos para começar a viagem?
PRÁTICAS XAMÂNICAS
Quando, no ano de 1968, Carlos Castaneda lançou seu primeiro livro, Os Ensinamentos de Don Juan, traduzido para o Brasil como A Erva do Diabo, o xamanismo estava sendo apresentado ao ocidente civilizado.
Desde então, centenas de fãs e muitos livros depois, termos como peiote, ayahuasca, animal de poder e viagem xamânica passaram a fazer parte do vocabulário e da vida de um número sem-fim de ocidentais apaixonados pela arte desses magos da natureza. Algumas das práticas xamânicas são aparentemente simples; já outras, bem...é melhor deixar para os xamãs.
BUSCA DO SONHO
Sonhar, para o xamã, não possui a conotação habitual.
Um sonho xamã é, na verdade, um ensinamento recebido dos espíritos. Os aborígenes australianos dizem que o Grande Espírito nos sonha, até o sonho se materializar. O objetivo do xamã é ligar-se ao Grande Espírito pegando o fio de seu sonho e sonhando junto com ele.
De acordo com sua crença, é difícil para os espíritos se comunicarem conosco quando estamos acordados, pois nossa mente consciente racionalizaria as informações recebidas. O xamã ou curandeiro nativo busca, através dos sonhos, a sabedoria dos curandeiros espirituais, que podem se manifestar através de animais, plantas ou pedras que falam, criaturas míticas e universos paralelos.
Através do sonho é possível contatar também seu Animal de Poder e, de acordo com algumas teorias, transformar a realidade provocando uma mudança no sonho. Para os xamãs, certos sonhos devem ser mantidos em segredo, pois, compartilhar um sonho de poder com a pessoa errada pode significar a perda desse poder ou mesmo a aquisição de alguma doença.
ERVAS DE VISÃO
Alguns curandeiros se utilizam de uma série de plantas psicoativas para buscar sonhos ou empreender as viagens xamãnicas. Uma dessas ervas, o peyote ou erva do diabo, forneceu o título em português para o primeiro livro de Castaneda.
O peyote, utilizado em doses conhecidas pelos curandeiros, provoca sonhos e visões, principalmente pela quantidade de veneno arsênico natural que se encontra na planta. Curandeiros nativos do sudoeste dos EUA se utilizam de outra planta para obter os mesmos resultados: a datura ou trombetinha, também citada por Castaneda em seus livros.
No entanto, a mais conhecida e utilizada de todas as plantas é, provavelmente, a ayahuasca, ou pequena morte, como é chama entre os nativos.
Os índios Conibo preparam uma beberagem feita da mistura de raízes da ayahuasca com folhas de cawa, outra planta alucinógena. Tal beberagem, fervida durante horas, resulta num líquido verde-escuro que deve ser ingerido sob supervisão do xamã, pois pode provocar a morte.
Apesar do largo uso de tais plantas, principalmente a ayahuasca, não somente entre pajés e xamãs, mas entre praticantes do Santo Daime e entre os ayahuasqueiros - descendentes de nativos que tratam doenças sob o efeito da droga - o curandeiro precisa conhecer outros métodos para alcançar a visão sem o uso das ervas. É essa habilidade que faz dele um verdadeiro xamã.
A VIAGEM
Numa viagem feita em EXC, o xamã mantém o controle sobre o rumo que deseja tomar, mas não sobre aquilo que vai descobrir. Transforma-se ele num explorador das infinitas possibilidades do universo oculto.
Entre os Chukchee da Sibéria, o ritual começa no escuro, ao som de tambores. O som cessa no momento em que o xamã cai no chão, pois ele está na verdade caindo no Mundo Profundo. É o começo da viagem.
Para empreender a viagem, o xamã necessita de uma passagem para o Mundo Profundo, que pode existir tanto na realidade física quanto na realidade incomum.
Os aborígenes da Califórnia usam como entrada uma nascente de águas quentes; os Arunta da Austrália tem num toco oco de árvore a entrada para o Mundo Subterrâneo. Outras entradas podem ser também cavernas, tocas de animais, buracos no chão, todas elas a porta de um túnel pelo qual desce o xamã. Os xamãs são conhecidos como aqueles que têm a capacidade de viajar longas distâncias sob a terra, entrando por uma nascente ou um buraco e saindo em outro lugar ou, por vezes, no mesmo.
MEDICINA NATURAL
O xamã é, na verdade, o grande curandeiro e são várias as formas usadas para curar, que variam de acordo com a sua tradição. Um índio Jivaro do Peru não usa necessariamente os mesmos meios de um aborígene australiano, embora a maioria das práticas seja comum a todas as culturas.
A medicina natural é praticada durante uma cerimonia de cura que dura até quatro dias. São usados a fumaça das ervas, as canções, o tambor e o chocalho, a dança e a fumaça de um cachimbo para estabelecer comunicação com o Grande Espírito e atrair seus aliados espirituais.
No xamanismo jivaro, tais aliados podem ser os tsentsak, espíritos auxiliares compostos por plantas, insetos e objetos pequenos o bastante para serem engolidos pelo xamã. O mau xamã usa tais aliados para provocar doenças; já o bom xamã usa esses mesmos tsentsak para ajudá-los a sugar os espíritos do corpo do paciente. Para isso, o curandeiro bebe ayahuasca para ver dentro do corpo doente.
Outra forma de cura indígena é o suor medicinal ou Tenda do Suor. Tal tenda é uma espécie de mini templo onde são usados o vapor da água aliado a alguma erva de cura e suas finalidades são diversas.
Na maioria das vezes, a busca é de purificação ou visão, quando então é oferecido tabaco para atrair os espíritos. Apesar da simplicidade, dizem os xamãs que não existem duas cerimônias iguais de Tenda do Suor.
ANIMAIS DE PODER
O xamanismo cultiva a crença de que todos os seres e fenômenos, sejam animais, vegetais, minerais, vento, sol, lua e estrelas, nuvens, rios ou montanhas tem poder.
Mais do que isso, durante séculos o xamã acreditou que seu poder era o mesmo dessas energias. Em seus mitos, os animais costumam ser apresentados em forma humana, com características individuais que identificam cada um deles.
Embora a irmandade mítica homem-animal esteja perdida entre as culturas antigas, o xamã ainda hoje busca uma estreita relação com a força desses animais. Tais animais não são, no entanto, comuns. Para os xamãs, não existe um corvo, um veado, um lobo. Existe O Corvo, O Veado, O Lobo.
O Animal de Poder representa a energia de uma espécie inteira, o que dá a ele o poder espiritual que os ocultistas chamariam de poder da alma-grupo. No México, o Espírito Guardião ou Animal de Poder é conhecido pela palavra nagual, que corresponde tanto ao animal, quanto ao xamã que se transforma nesse animal.
São várias as formas pela qual o xamã, ou mesmo o indivíduo comum, pode reconhecer seu Animal de Poder. O método mais usado é a busca da visão do animal numa vigília solitária num lugar agreste.
Alguns empreendem a busca numa espécie de viagem xamanica. Para isso, é necessário um ambiente tranquilo e sem interrupções. O buscador visualiza a entrada do Mundo Profundo como um buraco, uma caverna ou a passagem pelo tronco oco de uma árvore. A paisagem que surge pode ser uma campina, uma floresta, uma praia. Caminhando por essa paisagem, é possível identificar o Animal de Poder, contatá-lo e familiarizar-se com ele. Muitas vezes não é na primeira tentativa que o contato se faz. É preciso não desistir.
O Animal de Poder é geralmente selvagem. Por vezes se apresenta como um animal mítico como um centauro ou um dragão. Jamais será um inseto, ou se apresentará como um réptil mostrando as presas. Para que seja reconhecido como Animal de Poder, deverá ser identificado pelo menos 4 vezes.
O modo mais fácil para começar a trabalhar com os
Animais de Poder é estudar primeiro as habilidades naturais do animal e como
metaforicamente você vai aplicá-las em diversas situações na vida.
Por exemplo, por sua visão apurada, a Águia poderia lhe ajudar a manter uma visão de suas verdadeiras metas. Uma imagem de uma águia capturando sua presa é uma ferramenta poderosa para ajudá-lo alcançar metas. Tais imagens servem para lhe dar a força que você precisa para manter seu foco e alcançar metas.
Estudar também o modo de vida natural dos animais que representam seu Animal de Poder lhe ajuda a criar um laço poderoso com ele.
Por exemplo, por sua visão apurada, a Águia poderia lhe ajudar a manter uma visão de suas verdadeiras metas. Uma imagem de uma águia capturando sua presa é uma ferramenta poderosa para ajudá-lo alcançar metas. Tais imagens servem para lhe dar a força que você precisa para manter seu foco e alcançar metas.
Estudar também o modo de vida natural dos animais que representam seu Animal de Poder lhe ajuda a criar um laço poderoso com ele.
Estude ainda algum outro significado que esse animal
pode ter em outras culturas. Por exemplo, para alguns: o urso representa
introspecção, o colibri representa alegria, e o leopardo representa poder
interno. Podemos usar estes mitos para nos ajudar a conectar com nossos Animais
de Poder e como um enfoque para entender o que esses animais aliados vieram nos
ensinar.
Assim que você estabelecer uma conexão forte com seu
Animal de Poder, você poderá chama-lo quando desejar para auxiliá-lo e
aconselhá-lo. Geralmente essa comunicação se dá pela Jornada Xamânica ou uma
voz interna.
Uma das formas para conectar com seus Animais de
Poder é utilizar um enfoque (um objeto físico para representar o animal) que
pode ser um quadro, uma imagem, uma reprodução em miniatura ou uma parte do
corpo, como um dente ou uma asa.
Qualquer um desses objetos poderá ser-lhe útil em sua conexão com ele. Segure o objeto e procure sentir a energia fluindo pelas mãos e tomando conta de todo seu ser dando-lhe a paz e o respeito necessário para a conexão.
(Nada de sair por ai abatendo animais para obter uma parte dele. Em caso de compra, certifique-se da origem. Ninguém quer trazer consigo parte de um animal que foi abatido para comércio).
Qualquer um desses objetos poderá ser-lhe útil em sua conexão com ele. Segure o objeto e procure sentir a energia fluindo pelas mãos e tomando conta de todo seu ser dando-lhe a paz e o respeito necessário para a conexão.
(Nada de sair por ai abatendo animais para obter uma parte dele. Em caso de compra, certifique-se da origem. Ninguém quer trazer consigo parte de um animal que foi abatido para comércio).
Outro modo saudável para conectar com seu Animal de
Poder é imitar o movimento dele. Exercite os movimentos que ele faz para
livrar-se da tensão. Combinando esses movimentos com uma dança, você terá um
pequeno ritual irá ajuda-lo no fortalecimento espiritual e em sua conexão com
ele.
É muito importante, para manter esse elo, que
você se ‘transforme’ regularmente no seu Animal de Poder, para que ele sinta-se
satisfeito e possa permanecer ao seu lado. Esse espírito animal que existe na
nossa mente-corpo, deseja ter a alegria de existir na forma material. Temos que
encarar esse fato como uma permuta, pois tal como o ser humano deseja sentir a
realidade incomum tornando-se um Xamã, também o Animal de Poder deseja sentir a
nossa realidade entrando no corpo de um ser humano vivente. E você pode fazê-lo
imitando os seus movimentos, criando uma 'dança' que vai possibilitar que ele
se expresse através de seu corpo.Mas, atenção: a busca pelo Animal de Poder, embora seja simples na teoria requer, na prática, muita experiência nos vários planos existenciais. Tentar empreender essa viagem sem ser guiado por quem já conhece o caminho é desaconselhável e perigoso.
(lembrem-se daquela velha história de crianças assistindo a um filme do Super Homem, e tentando reproduzir as proezas do herói. Não basta colocar uma capa vermelha e pular da janela)
Eis aqui alguns dos tantos Animais de Poder, e seu significado simplificado:
Águia - Conhecida como o pai do primeiro xamã, é considerada um animal iniciador, por simbolizar o voo do espírito livre alçando grandes alturas. A águia é símbolo da grande percepção, do conhecimento, da coragem, da liberdade e da nobreza.
Alce - Entre os índios americanos, o alce é o Espírito da Floresta. Para as antigas religiões, ele representava o Deus com Cornos ou o Divino Caçador. É o emblema da luz, da fecundidade e da renovação cíclica, da abundância das estações e da vida.
Búfalo - O búfalo, principalmente o branco, é entre os índios a representação do divino e de que suas preces estão sendo ouvidas. Os Lakotas reverenciam uma Mulher Novilha do Búfalo Branco. O animal simboliza a abundância, a vida semeada, o macho.
Beija-Flor - Esse delicado pássaro simboliza a leveza, a beleza, o júbilo e a alegria que pode ser expressa por aqueles que dançam o ritmo da vida. Símbolo da independência, dá aos homens o conhecimento do uso das flores e da qualidade das ervas para a cura.
Cavalo - Apesar de ter sido conhecido como animal funerário, o cavalo representa para o xamã o poder físico e o poder revelado. Seus atributos são a síntese do poder animal no homem e o caráter clarividente. Simboliza também poder e liberdade.
Coiote - Para os índios americanos, o coiote é o grande trapaceiro e responsável pelos males que atingem a humanidade, pela morte e pelos invernos. Apesar disso, é o símbolo da sabedoria, da criação, das brincadeiras, da inteligência e da adaptabilidade.
Castor - O castor é o construtor do reino animal. Constrói em regime de cooperação e revezamento. É o elaborador dos sonhos e simboliza a capacidade de sonhar sem ficar perdido. É um aliado na busca por um lar ou companheiro e protege nossas criações.
Cobra - Os índios consideram a cobra ou serpente um exemplo de adaptação à vida. Ela simboliza a ressurreição e a iniciação, o conhecimento, o renascimento e a expressão feminina. É também o símbolo da transmutação, dos ritos e da Mãe Terra.
Coruja - A Medicina da Coruja, entre os índios, está relacionada à clarividência, a projeção astral, a sabedoria e ao poder feminino. Sua audição e visão superiores a transformam na senhora da magia e representante da sabedoria do silêncio e da lua.
Corvo - O corvo é o Mensageiro do Vazio, aquele que nos dá coragem para penetrar na escuridão desse vazio, que os índios chamam de Grande Mistério. É o mensageiro do Reino Espiritual e nos ensina a enfrentar a existência sem ter medo do desconhecido.
Lobo - Na tradição indígena, o lobo é aquele que mantém a energia primal, preservando seu território e sua espécie. Tem visão, audição e olfato muito sensíveis. Simboliza o professor, o guardião, a espiritualidade, a lealdade, o conhecimento.
Puma - Para os índios é o Leão da Montanha e o animal totem da coragem e valentia no combate. Representa o poder, a força, a energia da liderança. Nele estão em harmonia a leveza, a beleza, o controle das energias, da força física e do poder pessoal.
Pantera - Associada ao leopardo e ao jaguar, é um totem muito antigo e poderoso. Esta associada à agressividade, a força e a ferocidade. Busca sua força no silêncio e é obstinada em perseguir e alcançar suas metas. Encontra seu poder na escuridão.
Raposa - Para os índios, ela é a Raposa Prateada, a heroína da criação. O Grande Espírito honrou-a com o dever de manter a família unida. Ela simboliza a proteção, a segurança, a camuflagem e a defesa do clã, e ainda a magia feminina e manutenção.
Urso - O urso é o Mestre da Floresta e é chamado para despertar o grande poder feminino e os poderes do inconsciente. Por isso, é invocado pelos xamãs para trabalhos de visão. Esta relacionado à Grande Mãe, as trevas, aos sonhos e poder inconsciente.
Gratidão ao Lobo, meu Animal de Poder, por estar caminhando comigo há 20 anos.
* imagens da web
* Bibliografia:
Michael Harner - O Caminho do Xamã
Mircea Eliade - Xamanismo Técnicas Arcaicas do Êxtase
A Iniciação de um Xamã - Kay Cordell Whitaker
Mara Barrionuevo para o jornal O Exotérico, edição de 1995
Excelente... muito obrigado, Nery Fernandes
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